Domingo, 05 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 27 de maio de 2021
Dimas Covas prestou esclarecimentos à CPI da Covid
Foto: Jefferson Rudy/Agência SenadoO presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou nesta quinta-feira (27) à CPI da Covid que as negociações com o governo federal para compra da vacina CoronaVac “pararam” em 20 de outubro do ano passado.
Ele atribuiu a interrupção a uma declaração do presidente Jair Bolsonaro de que não compraria a vacina. A fala de Dimas contraria a do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que disse à CPI que a declaração de Bolsonaro não havia interferido nas negociações.
A CoronaVac é produzida em parceria entre o laboratório chinês Sinovac e o Butantan, ligado ao governo paulista. Segundo Dimas, o Butantan estava “trabalhando intensamente” com o Ministério da Saúde para possibilitar um “instrumento jurídico”, uma medida provisória, que viabilizasse o contrato e, assim, o fornecimento das doses.
Dimas disse que ele e Pazuello, então ministro da Saúde, fizeram três reuniões presenciais em outubro. “No mês de outubro, fui três vezes ao Ministério da Saúde”, declarou. “A partir do dia 20 [de outubro], essas tratativas simplesmente pararam”, disse o diretor do Butantan à comissão.
Em 21 de outubro, Bolsonaro afirmou que mandou cancelar um protocolo de intenções para aquisição de 46 milhões de doses da CoronaVac. Um dia antes, o Ministério da Saúde havia manifestado a intenção de compra do imunizante do Butantan produzido em parceria com a Sinovac.
Na semana passada, em depoimento à CPI da Covid, Pazuello garantiu que a declaração de Bolsonaro “não interferiu em nada” nas negociações entre o governo federal e o Butantan.
“Acreditem, nunca o presidente da República mandou desfazer qualquer contrato, qualquer acordo com o Butantan, em nenhuma vez. A posição de agente político dele ali não interferiu em nada do que nós estávamos falando com o Butantan”, disse o ex-ministro da Saúde.
De acordo com Pazuello, em outubro ainda não havia “disposições legais”, “condições” para assinatura do contrato da CoronaVac.