Terça-feira, 04 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de novembro de 2025
A fala Andrei Passos Rodrigues acontece em meio a repercussão da operação policial que matou mais de 120 pessoas no Rio.
Foto: José Cruz/Agência BrasilO diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, disse nesta segunda-feira (3) que o dinheiro arrecadado com empresas de apostas, as bets, tenha mais prioridade no financiamento de ações de segurança pública. O chefe da PF participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados para debater a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança.
A proposta, que aumenta o papel da União na área e é de autoria do governo, é relatada pelo deputado Mendonça Filho (União-PE). A comissão especial é presidida pelo deputado Aluisio Mendes (Republicanos-MA).
A fala do chefe da PF acontece em meio a repercussão da operação policial que matou mais de 120 pessoas no Rio de Janeiro. A sugestão de aumentar o dinheiro das bets destinado para a segurança foi dada pelo deputado Alberto Fraga (PL-SP), coordenador da Frente Parlamentar de Segurança, conhecida como bancada da bala.
“Sempre nos preocupa e começo por uma fala do deputado Fraga, que comenta da questão das bets, do aumento do percentual para a segurança pública. Isso é uma pauta central e viria não só para a Polícia Federal, mas para todas as polícias do Brasil. Viria de maneira muito alvissareira para que a gente tivesse um aumento, sabendo da rentabilidade dessas bets, e que ajudaria muito”, declarou o diretor da PF.
O governo tentou aumentar a taxação das bets por meio de uma Medida Provisória, mas não houve acordo com o Congresso. Apesar disso, o Poder Executivo tenta retomar a iniciativa com outro projeto.
Em sua fala, Rodrigues também pediu alterações no arcabouço fiscal, regra que limita o crescimento das despesas públicas.
“Outro problema que precisamos enfrentar é o arcabouço fiscal, que hoje se o senhor, deputado Mendonça (relator da PEC da Segurança), destinar R$ 1 bilhão para a polícia, vamos ter dificuldade de execução por causa do arcabouço fiscal, que não nos dá espaço orçamentário. Esse é o local de enfrentar isso, de retirar algumas pautas desses limites de gastos, para que a gente possa investir naquilo que a sociedade brasileira precisa efetivamente”, disse.
O diretor da PF também usou seu discurso na comissão para pedir que os deputados destinem emendas para a PF. Ele já havia feito isso em julho, ao participar de uma sessão da Comissão de Segurança Pública. Após a operação policial mais letal do Rio de Janeiro, com mais de 100 mortos, o governo passou a cobrar a Câmara que a PEC da Segurança seja votada o quanto antes.
Na comissão especial, Andrei Rodrigues pregou a aprovação da proposta do governo.
“O interesse de todos é melhorar a segurança pública, qualificar o enfrentamento ao crime organizado, promover a melhor integração e coordenação das ações de segurança. Temos dito, o ministro (da Justiça) Lewandowski e eu, em todos foros que participo, que o crime organizado deixou de ser local e é transacional”, salientou.
A ideia é que o texto seja analisado pela comissão especial no início de dezembro e que o plenário vote o texto na sequência.