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Mundo Discurso do medo garantiu a vitória do primeiro-ministro britânico nas eleições

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Eleições da Grã-Bretanha terminaram com vitória fácil do partido de David Cameron. (Foto: Pascal Rossignol/Reuters)

Ao contrário da previsão das pesquisas, as eleições da Grã-Bretanha terminaram com vitória fácil do Partido Conservador. Com a eleição de 330 parlamentares, o atual governo aumentou a presença no Parlamento e garantiu a maioria absoluta sem a necessidade de uma coalizão para reeleger o premiê David Cameron. A bancada do opositor Partido Trabalhista será 99 cadeiras menor que a base governista, com 232 deputados.

O medo é uma violenta força na política. No final, o medo fala. Foi a base da campanha de David Cameron que o levou à reeleição como primeiro-ministro britânico. Cameron instigou um duplo medo. Primeiro, disse que o substancial progresso econômico britânico dos últimos cinco anos – o mais alto crescimento entre as economias mais avançadas – seria revertido por uma vitória trabalhista. Em segundo, sugeriu que, se o líder do Partido Trabalhista chegasse a Downing Street, ele seria refém do SNP (Partido Nacional Escocês), cujo objetivo é dividir o Reino Unido.

Os dois argumentos se provaram bem-sucedidos. Os britânicos votaram pela consolidação econômica. Eles evitaram o risco e evitaram Miliband, em quem no fim das contas não confiavam. Miliband, que conquistou a liderança dos trabalhistas há cinco anos em uma amarga disputa com seu irmão David, renunciou.

Ele não foi sozinho. Nick Clegg, o líder liberal-democrata que foi vice-primeiro-ministro no antigo governo, sofreu consequências do que descreveu como “uma noite cruel e de punição”.

Os trabalhistas foram eliminados pelo SNP na Escócia, que era seu bastião, e afundaram mais de 20 cadeiras. O SNP transformou a Escócia em algo como um Estado de um só partido, tomando 56 das 59 cadeiras. Os liberal-democratas, que foram os parceiros de coalizão de Cameron nos últimos cinco anos, foram quase completamente banidos; e o anti-imigração Ukip assegurou apenas uma única cadeira, embora sua fatia do eleitorado tenha crescido.

As dificuldades dos trabalhistas não vão desaparecer rapidamente. Com a mudança sísmica na Escócia, que eclipsou o partido, ficará difícil para os trabalhistas reconquistar uma maioria no Reino Unido a não ser que a onda de apoio à independência da Escócia diminua.

Os trabalhistas, reanimados por Tony Blair nos anos 1990 e invencíveis por mais de uma década, voltaram à posição de desvantagem. A guinada à esquerda de Miliband, longe do centro que seu irmão e ex-chanceler David defendia, se provou um desastre.

Críticas

A vitória de Cameron, após uma campanha que lhe rendeu mais críticas do que admiração, foi um triunfo pessoal, mas ele não poderá aproveitar o brilho por muito tempo. Na melhor hipótese, tem uma pequena maioria e terá que buscar apoio externo, possivelmente do Partido Unionista Democrático, da Irlanda da Norte, que ganhou oito cadeiras. A confortável maioria de sua atual coalizão desapareceu. Por outro lado, ele está livre dos liberal-democratas, cujas posições pró-Europa nunca foram confortáveis para os conservadores. Em breve, ele terá que apresentar uma lei para o referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia em 2017. Essa eleição deixou os britânicos mais próximos de um voto pela saída do bloco. Deixar a UE seria uma imprudência. Pode ser que não se chegue a isso. A prudência e o bolso prevaleceram no voto contra a independência escocesa no ano passado. Prevaleceram também nesta eleição.

Cameron promete que a recuperação econômica será sentida por mais pessoas. Até agora, apesar do crescimento econômico, a renda pouco aumentou. Seu principal desafio é fazer com que esse crescimento seja sentido por mais pessoas, e não só pela classe privilegiada de Londres. (Fernando Nakagawa/AE e Roger Cohen/AG)

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https://www.osul.com.br/discurso-do-medo-garantiu-a-vitoria-do-primeiro-ministro-britanico-nas-eleicoes/ Discurso do medo garantiu a vitória do primeiro-ministro britânico nas eleições 2015-05-09
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