Segunda-feira, 13 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de março de 2019
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Às 11h 50min de ontem, o placar eletrônico Jurômetro atingiu 100 bilhões de reais. Valor pago desde 1º de janeiro deste ano para rolar a dívida de mais de 4 trilhões de reais do governo federal. Ainda há quem defenda o aumento da dívida pública. O que foi repassado ao sistema bancário pela União corresponde a duas vezes a receita do governo do Rio Grande do Sul ao longo de 12 meses.
Outro número
O placar eletrônico Impostômetro chegou, às 16h e 15min de ontem, aos 500 bilhões de reais. É o valor de impostos, taxas, contribuições e multas que a população brasileira pagou desde 1º de janeiro deste ano. A marca de 500 bilhões chegou cinco dias antes do que em 2018, mostrando que o bolo continua a crescer. Do total, 59 por cento correspondem a tributos federais, 29 por cento a estaduais e 12 por cento a municipais.
O que precisa mudar
É nos municípios que as pessoas moram e trabalham. Para o atendimento aos serviços básicos de saúde, educação, transporte, segurança e saneamento, as populações recorrem às prefeituras. Portanto, estamos diante de um quadro anacrônico do sistema tributário.
Em linha direta
A Agência G1 noticiou ontem que “Redes sociais norteiam a atuação de parlamentares no Congresso Nacional. Deputados federais e senadores investem em enquetes para consultar a opinião de seus seguidores e usam as redes para interagir e prestar contas aos seus eleitores.”
As redes vão adiante: em muitos municípios, vereadores da oposição acordam cedo e saem em busca de buracos nas calçadas, obras paralisadas e filas em postos de saúde. Ao final da ronda e com as fotos registradas, lançam no Facebook e no Instagram para os endereços que constam em suas listas. É o suficiente para os prefeitos, secretários e assessores passarem o dia dando explicações e apagando incêndios.
De que lado a Prefeitura está
O diretor geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Julian Huxley, escreveu um artigo em 1968, destacando: “A mais surpreendente característica do presente momento da História é a de que as coisas estão acontecendo cada vez mais depressa”.
Quem poderia imaginar que um sistema de transporte individual por aplicativos iria tirar parte dos passageiros dos lotações de Porto Alegre? Foi o que aconteceu com a chegada do avanço tecnológico em outubro de 2015. Agora, os donos dos lotações se empenham para evitar que a tarifa de 6 reais e 50 centavos seja mantida. Querem voltar aos 6 reais. A Prefeitura se nega a reduzir e argumenta: “O serviço de lotação é complementar ao sistema e tem o seu valor atrelado ao da passagem de ônibus exatamente para que não haja uma concorrência desigual entre eles e prejudique o principal meio de transporte.”
Quer dizer, o interesse e a economia dos passageiros ficam em segundo plano.
Há 80 anos
No começo de março de 1939, as autoridades estaduais se mostraram assustadas com a parcela de 23 mil contos da dívida externa, que deveriam saldar anualmente. Na véspera, o ministro das Relações Exteriores, Osvaldo Aranha, havia assinado acordo em Washington, visando à retomada do pagamento, suspenso desde agosto de 1931.
Alta voltagem
O candidato Jair Bolsonaro aqueceu o começo da campanha eleitoral, em março do ano passado, declarando: “Casamento gay? Nem pensar. Discussão de gênero em escolas? Jamais. Integrantes do Movimento dos Sem Teto de São Paulo? Marginais!”
Outros tempos
Uma das tradições que desapareceu em Porto Alegre, mantida até o final da década de 1970: o bloco O que Sobrou da Luta. No domingo seguinte à Terça-Feira Gorda de Carnaval, passava pelo Centro, pela Cidade Baixa e por redações dos jornais. Reunia participantes de várias escolas com as fantasias já bastante desgastadas e o tom de fim de festa. Terminado o desfile e cansados, os integrantes voltavam às suas casas, uma semana depois da saída para a brincadeira.
Vem de longe
Os jornais de março de 1929 publicaram anúncios da Vlan, primeiro lança-perfumes no país. O texto detalhava: “É o preferido para os folguedos de Carnaval. Escolhido não só pela sua esmerada confecção como, especialmente, por suas finas e inebriantes essências. Não irrita a pele e não ofende a vista. O perfumador da elite.”
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.