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Por Redação O Sul | 10 de agosto de 2021
Não é de hoje que o vinho tinto é apontado pela ciência como um protetor para a saúde cardíaca. A fonte maior dos benefícios vem de um composto que aparece em abundância na natureza, os polifenóis. Nas plantas ele desempenha o papel de proteção contra o sol, insetos e microrganismos. No corpo humano, atua principalmente no combate aos radicais livres, as moléculas que causam o envelhecimento.
O principal polifenol do vinho é o resveratrol, mas há outros, como os taninos, os flavonoides, a quercetina, a antocianina e o ácido elágico, encontrados em menor quantidade.
De uns tempos para cá, no entanto, pesquisas passaram a identificar efeitos até pouco inimagináveis, como a prevenção de espinhas e a redução do risco de doenças neurodegenerativas. Alguns desses mecanismos estão relacionados aos radicais livres, outros, não. Mas todos têm em comum os polifenóis.
Além disso, o álcool em si contribui para evitar a sobrecarga nas artérias. Segundo estudo de pesquisadores do Kingston General Hospital, da Queen’s University, no Canadá, e publicado na revista científica da Associação Americana do Coração, os polifenóis do vinho relaxam a parede das artérias e evitam a agregação plaquetária, reduzindo assim o risco de aterosclerose, trombose e hipertensão.
Doses moderadas para garantir o efeito
Os benefícios, no entanto, só são identificados com doses moderadas da bebida. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), isso significa a ingestão diária de 90ml por mulheres e 180ml por homens – uma e duas taças, respectivamente. A diferença na quantidade se deve ao fato de que o organismo feminino absorve mais rapidamente a bebida. Isso ocorre porque elas produzem quantidades menores de uma enzima chamada álcool desidrogenase (ADH), que é liberada pelo fígado e usada para metabolizar o álcool.
“O vinho também tem vantagem sobre outras bebidas, já que geralmente é consumido junto com a comida, o que reduz o risco do uso excessivo”, destaca Antonio Carlos do Nascimento, médico endocrinologista e escritor do livro “Vinho: saúde e longevidade”.
Doses acima do volume recomendado pela OMS podem ter o efeito contrário no corpo. O consumo exagerado está ligado a vários problemas de saúde, como cirrose hepática, impotência sexual, hipertensão e até mesmo câncer, além do risco de dependência química.
Os vinhos com maior quantidade de polifenóis são os tintos e não necessariamente ele deve custar alto.
“Os mais densos, como os feitos da uva Tannat, são os melhores para a saúde. O vinho mais barato que não fica envelhecendo tem mais benefício para a saúde se comparado com vinhos caros que ficam reservados por anos e vão perdendo elementos neste tempo, embora melhorem no sabor”, destaca o endocrinologista.
O suco de uva
Os polifenóis são encontrados também no suco de uva integral, mas em menor quantidade do que no vinho tinto. O motivo está na preparação da bebida: na fabricação do suco de uva, a fruta é aquecida e macerada para liberar o sumo, passando pouco tempo em contato com a casca, região que concentra a maior quantidade de polifenóis. Já na produção do vinho, o líquido que vai para a fermentação inclui as cascas da uva, aumentando o tempo de contato.
O consumo de vinho cresceu no Brasil
Segundo dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), o consumo de vinho no Brasil cresceu 18,4% em 2020. O país passou de 360 milhões de litros, em 2019, para 430 milhões no ano passado, o maior aumento entre os países associados à entidade, a maior do setor.
Em 2020, o brasileiro bebeu, em média, 2,6 litros de vinho no ano. Em 2019, esse número era de 2 litros ao ano por pessoa.
Top 10 dos benefícios do vinho tinto
1. Ajuda a combater o Alzheimer
Um copo de vinho ao dia pode reduzir o risco de desenvolver a doença, que é neurodenegerativa.A bebida deixa em nosso intestino compostos antioxidantes únicos que são capazes de proteger os neurônios cerebrais de danos.
2. Aumenta a densidade óssea
O vinho tinto é rico em silício, um mineral essencial para o bom funcionamento do corpo humano que contribui para a densidade mineral óssea, ajudando a reduzir o risco de desenvolver doenças como a osteopenia e a osteoporose. Além disso, ajuda estimula a produção de colágeno, substância com poder rejuvenescedor natural, atuando com ótimo potencial na regeneração de tecidos.
3. Impulsiona o sistema imunológico
O resveratrol aumenta a capacidade do corpo de criar moléculas anti-inflamatórias, o que pode levar a uma melhora no sistema imunológico. O antioxidante ajuda as bactérias intestinais saudáveis a florescer, estimulando a produção de células T e aumentando a resposta imunológica do corpo.
4. Ajuda a reduzir o risco de diabetes tipo 2
O resveratrol melhora a sensibilidade à insulina, hormônio secretado pelo pâncreas, com importante função no metabolismo dos carboidratos no sangue. Isso ajuda o corpo a reduzir seus níveis de açúcar, evitando o diabetes do tipo 2.
5. Reduz acne
O resveratrol consegue inibir o crescimento de algumas bactérias que contribuem para o aparecimento das espinhas.
6. Afia o raciocínio
A bebida tem sido associada a uma melhora na função cognitiva de homens e mulheres, sobretudo acima dos 50 anos. Ela atua na formação de novas memórias, aprendizado, vocabulário e emoções.
7. Mantém o coração forte
A bebida está associada a um menor risco de morte por doenças cardíacas – o consumo moderado pode diminuir em até 50% o risco de doença isquêmica do coração, por exemplo. Isso ocorre porque os polifenóis promovem a vasodilatação das artérias e diminuem a agregação plaquetária, reduzindo o risco de hipertensão.
8. Ajuda a reduzir os níveis de colesterol ruim
O perfil lipídico dos polifenóis reduz as chances do LDL (colesterol ruim) de oxidar, que é o principal fator causador da aterosclerose. Em contrapartida, as substâncias encontradas no vinho aumentam a concentração da apolipoproteína, a principal proteína do HDL, o colesterol bom.
9. Reduz o risco de AVC
Atua como um anticoagulante natural, ajudando a quebrar os coágulos sanguíneos que podem entupir as artérias e causar um acidente vascular cerebral (AVC).
10. Promove vida-longa
A descoberta veio dos estudos que analisaram os benefícios da dieta mediterrânea, baseada no consumo de alimentos frescos e naturais como azeite, frutas, legumes e cereais. Mas no centro dela está o vinho. Os polifenóis ativam uma proteína que atua como um agente antienvelhecimento, o que explica por que as pessoas que seguem a dieta por anos tendem a viver mais, ser mais felizes e saudáveis.