Sábado, 17 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de janeiro de 2022
Ao menos três sessões gratuitas em Porto Alegre marcarão, neste mês, o lançamento do documentário em longa-metragem “De Olhos Abertos”. Na tela, as dificuldades de pessoas em situação de rua que produzem e vendem seu próprio jornal, o “Boca de Rua”, que circula em Porto Alegre há 18 anos como informativo, fonte de renda e instrumento de denúncia social.
Dirigido pela cineasta franco-brasileira Charlotte Dafol, o filme foi integralmente gravado em Porto Alegre e compartilha com o espectador uma paisagem de Porto Alegre que nem sempre está nos cartões postais. Em destaque, a visão do Centro Histórico e Cidade Baixa por quem habita suas ruas e praças. E que, tão cidadãos quanto qualquer outro, querem denunciar os problemas da cidade.
Com duração de 112 minutos, o longa apresenta várias entrevistas com o pessoal do informativo, que circula trimestralmente e abordando questões-chave nesse contexto: injustiça, violência, drogas, preconceito, saúde pública.
A captação das imagens foi feita pela própria diretora, contando com a ajuda de Annekatrin Fahlke como assistente de direção no set e de alguns voluntários. Já a pós-produção teve a intervenção de profissionais da área. Alfredo Barros assina a montagem do longa, que tem desenho de som de Juan Quintáns e finalização de imagens por Raoni Ceccim.
Ponto forte da produção, a trilha musical conta com diversas colaborações e composições originais de Marcelo Cougo, Paulo Bettanzos e Rafael Sarmento. E Douglas Roehrs, por sua vez, é o responsável pelo trailer.
A produção é da Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação (Alice), sem financiamento público ou particular. Por meio de uma “vaquinha eletrônica”, foi arrecadado o valor para a compra do equipamento básico (uma câmera usada) e ajuda de custo para transporte e alimentação durante as filmagens.
Sessões
Em todos os eventos, será promovido após a projeção um bate-papo dos representantes da equipe do filme e do “Boca de Rua” com o público. Confira:
– 15 de janeiro (sábado), às 19h30min: jardim do Museu Joaquim Felizardo (rua João Alfredo nº 582, bairro Cidade Baixa), ao ar-livre;
– 22 de janeiro (sábado), às 19h: Cinemateca da Casa de Cultura Mario Quintana (Rua da Praia nº 736, Centro Histórico);
– 27 de janeiro (quinta-feira), às 20h: Fórum Social das Resistências – sessão no Marakayá – antigo Comitê Latino-Americano (Vieira de Castro, 133).
A Cinemateca Capitólio também deverá sediar uma sessão do documentário, assim que estiver finalizada a reforma emergencial em seu quase centenário edifício no Centro Histórico. E já está no radar dos organizadores a possibilidade de exibições itinerantes em outras cidades, inclusive fora do Estado.
Cineclubes, centros culturais, espaços sociais e instituições interessadas em apresentar o longa-metragem podem entrar em contato por e-mail: as informações estão destalhadas no site deolhosabertos.com.
Sobre a diretora
Nascida na capital francesa Paris em 1987 e radicada no Brasil ha nove anos, Charlotte “Cha” Dafol é cineasta, fotógrafa, autora, musicista e bacharel em História. Em seu país de origem, dirigiu com estudantes de cinema sete curtas-metragens de ficção entre 2009 e 2012.
No Brasil, colaborou como repórter e fotógrafa em diferentes mídias alternativas. É autora dos livros “Pietro Germi Et La Comédie à L’italienne (França/2012) e “Como Num Romance” (Brasil/2020, finalista do prêmio Minuano). “De olhos abertos” é o seu primeiro documentário longa-metragem.
(Marcello Campos)