Por Redação O Sul | 13 de novembro de 2015
Documentos enviados pelas autoridades da Suíça à PGR (Procuradoria-Geral da República) contrariam a versão do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que ele nunca movimentou o dinheiro depositado em uma de suas contas na Suíça por um lobista investigado na Operação Lava-Jato. Extratos mostraram que os recursos foram movimentados duas vezes em 2014. Uma parte foi aplicada em ações da Petrobras e o restante foi transferido para uma conta de uma empresa de Cingapura, que tem Cunha como beneficiário.
Em junho de 2011, o lobista João Augusto Henriques depositou 1,3 milhão de francos suíços (o equivalente a 4,8 milhões de reais) em uma conta de Cunha após intermediar a venda de um campo de petróleo na África para a Petrobras. A Procuradoria apontou o depósito como evidência de participação na corrupção da Petrobras e conseguiu autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para investigá-lo.
Cunha disse que os administradores da conta o informaram da transferência em 2012 e ele os orientou a manter o dinheiro intocado.
Entretanto, de acordo com os extratos, o dinheiro depositado por Henriques ficou parado até janeiro de 2014, quando 328 mil francos suíços foram convertidos em dólares para cobrir um investimento em ações da Petrobras na Bolsa de Nova York (EUA), no valor de 387 mil dólares. (Folhapress)
