Por Redação O Sul | 26 de novembro de 2025
Dois membros da Guarda Nacional foram baleados a duas quadras da Casa Branca na tarde dessa quarta-feira (26), informou a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem. De acordo com o chefe do FBI (a polícia federal americana), Kash Patel, o estado de saúde dos homens é crítico.
Ambos fazem parte de uma mobilização ordenada em agosto pelo presidente Donald Trump, que, por sua vez, solicitou o envio de mais 500 soldados da Guarda Nacional para Washington D.C., em meio a uma já controversa mobilização na capital.
O atirador também ficou gravemente ferido, disse o presidente em uma publicação nas redes sociais, acrescentando que ele vai pagar “um preço muito alto” pelo ocorrido. Autoridades locais confirmaram que um suspeito está sob custódia e deve ser acusado de agressão a um agente federal.
“Como se trata de uma agressão a um agente da lei federal, o caso será tratado em nível federal como tal”, disse Patel em uma entrevista coletiva no início da noite. “O FBI liderará essa missão com nossos parceiros interinstitucionais, incluindo o Departamento de Segurança Interna, o Serviço Secreto, a ATF (Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos) e a DEA (Administração de Repressão às Drogas), e agradecemos a assistência da prefeita (Muriel Bowser) neste assunto.”
Pouco após os primeiros relatos sobre os tiros, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, emitiu um comunicado dizendo que “a Casa Branca está ciente e monitorando ativamente essa situação trágica. O presidente já foi informado”.
Trump, que está na Flórida para o feriado de Ação de Graças, manifestou-se em seguida: “O animal que atirou nos dois membros da Guarda Nacional, ambos gravemente feridos e agora em dois hospitais diferentes, também está gravemente ferido, mas, independentemente disso, pagará um preço muito alto”, escreveu na Truth Social, sua rede social. “Deus abençoe nossa grande Guarda Nacional e todos os nossos militares e policiais. Essas são pessoas verdadeiramente extraordinárias. Eu, como Presidente dos Estados Unidos, e todos os associados ao Gabinete da Presidência, estamos com vocês!”.
Inicialmente, Patrick Morrisey, governador da Virgínia Ocidental, afirmou que os homens haviam sido mortos, mas depois disse que seu gabinete estava recebendo “relatos conflitantes sobre o estado de saúde” dos homens. “É com grande pesar que confirmamos o falecimento dos dois membros da Guarda Nacional da Virgínia Ocidental que foram baleados hoje em Washington D.C., em decorrência dos ferimentos”, escreveu Morrisey antes de voltar atrás.
Jeffery Carroll, chefe assistente executivo do Departamento de Polícia Metropolitana, afirmou que, no momento, a polícia ainda não tem outros suspeitos e que as autoridades ainda não sabem qual arma foi usada no ataque.
“Aparentemente, trata-se de um atirador solitário que sacou uma arma e emboscou esses membros da Guarda Nacional”, disse Carroll. “Estamos em uma fase muito preliminar da investigação, então estamos analisando todos os aspectos relacionados à identidade do indivíduo e suas conexões.”
Segundo fontes da polícia, houve troca de tiros antes de o suspeito ser baleado e levado do local em uma maca. A Guarda Nacional ainda não se manifestou e as circunstâncias do ataque ainda não estão claras.
Diante do ocorrido, o Departamento de Defesa enviará 500 soldados adicionais da Guarda Nacional para Washington, disse o secretário de Defesa, Pete Hegseth. Segundo a última atualização, atualmente há 2.188 soldados designados para a força-tarefa que opera na cidade. Falando nos degraus do Pentágono, ele chamou o ataque de “covarde” e “desprezível” e elogiou o que chamou de queda “histórica” na criminalidade na cidade.
“Isso só fortalecerá nossa determinação em garantir que Washington D.C. seja um lugar seguro e bonito (…) Mas se criminosos quiserem cometer atos como esse, violência contra o que há de melhor na América, ele jamais recuará”, disse Hegseth, referindo-se ao presidente Trump.
O ataque ocorre em meio à controversa mobilização de mais de 2.000 soldados da Guarda Nacional, ordenada por Trump, pelas ruas e estações de metrô de Washington D.C., com muitos deles concentrados no centro da cidade. A mobilização, que começou em agosto, inspirou protestos locais e contestações judiciais por parte de autoridades municipais.
Na semana passada, um juiz federal ordenou a suspensão temporária da mobilização, considerando-a provavelmente ilegal. Ainda na terça-feira, o governo entrou com um recurso, buscando suspender a decisão da semana passada que bloqueou o envio de tropas para Washington. Nesta quarta-feira, o Departamento de Justiça solicitou uma ordem de emergência para bloquear a decisão da Cobb.
Críticos argumentam que a lei federal proíbe o uso de tropas militares para aplicação da lei em território nacional, enquanto defensores dizem que o auxílio das tropas aos agentes federais e à polícia local tem sido legal e necessário.
Grande parte da disputa decorre da natureza híbrida da Guarda Nacional, que é simultaneamente um componente das Forças Armadas nacionais e um recurso à disposição dos governadores estaduais para lidar com necessidades civis. (Com informações do The New York Times)
