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Política Dois desaparecidos políticos da ditadura brasileira são identificados em vala clandestina

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Os familiares das vítimas já foram comunicados pela comissão sobre as identificações.

Foto: Reprodução/Prefeitura de SP
Os familiares das vítimas já foram comunicados pela comissão sobre as identificações. (Foto: Reprodução/Prefeitura de SP)

A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos identificou os restos mortais de Denis Casemiro e Grenaldo de Jesus Silva, desaparecidos políticos da ditadura, na vala clandestina de Perus, na Zona Norte de São Paulo.

O anúncio oficial foi realizado em coletiva de imprensa na Universidade Federal de São Paulo nesta quarta-feira (16). A identificação das vítimas do regime militar é um trabalho do Projeto Perus — fruto de uma parceria entre o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a prefeitura de São Paulo e a Unifesp.

Na coletiva, a procuradora regional da República e presidente da comissão, Eugênia Augusta Gonzaga, disse que “os dois tinham um sonho, um sonho de maior igualdade, de maior justiça social, de que as pessoas pobres fossem bem tratadas e mais felizes”.

“O Brasil está precisando de identificações, o Brasil está precisando dessa memoria e dessa verdade. Por mais que a ditadura tenha mentido que essas pessoas não morreram em suas mãos, que essas pessoas simplesmente desapareceram, eu sempre digo: o DNA delas está li na vala de Perus, a maior prova da truculência daquele período”, disse Eugênia.

Os familiares das vítimas já foram comunicados pela comissão sobre as identificações. Em seguida, serão feitas as tratativas necessárias para proceder à entrega dos remanescentes humanos e das documentações.

As vítimas

Natural de São Luiz (MA), Grenaldo era militar na Marinha brasileira. Um mês após o golpe de 1964, ele foi expulso da instituição por lutar contra a ditadura e acabou sendo condenado a cinco anos e dois meses de prisão.

Grenaldo fugiu da prisão e trabalhou durante cinco anos como porteiro e vigilante da empresa Camargo Corrêa. Segundo a Comissão da Verdade, ele foi morto com um tiro na cabeça em maio de 1972, no Aeroporto de Congonhas, quando tentava sequestrar um avião que partira para Curitiba, obrigando o piloto a retornar para São Paulo.

Já Denis nasceu em Votuporanga, no interior de São Paulo e era trabalhador rural. Em 1967, ele se estabeleceu na cidade de São Bernardo do Campo (SP) para trabalhar como operário numa fábrica da Volkswagen. Também era militante da Vanguarda Popular Revolucionária.

No início da ditadura, chegou a se mudar para o Maranhão, onde cuidava de um sítio com o intuito de desenvolver um trabalho político no meio rural. Em abril de 1971, ele foi localizado e preso pelo delegado Sérgio Fleury, um dos torturadores mais conhecidos desse período.

Denis foi levado para o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) em São Paulo, onde permaneceu sendo torturado por quase um mês. Ao final, ele foi fuzilado, de acordo com a Comissão da Verdade.

A Vala Clandestina de Perus foi descoberta em 1990 no Cemitério Dom Bosco, na Zona Norte de São Paulo. O local é um símbolo das violações de direitos humanos ocorridas durante a ditadura militar no Brasil.

Na vala, foram encontradas mais de mil ossadas de pessoas indigentes, de desconhecidos e daqueles considerados opositores ao regime civil-militar. Em 1993, a então prefeita Luiza Erundida inaugurou um memorial em homenagem às vítimas. As informações são do portal de notícias g1.

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