Geral Dólar alto é o novo vilão das contas de luz. Aumento pode chegar a 9,5%
Por Redação O Sul | 16 de outubro de 2015
Aescalada do dólar deverá ser o novo vilão da conta de luz dos brasileiros. Além dos efeitos da estiagem, que neste ano representaram aumentos superiores a 50%, agora é a moeda norte-americana que pressionará os próximos reajustes tarifários das distribuidoras no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A explicação está na cota que cada empresa tem de energia da hidrelétrica de Itaipu, calculada em divisa dos EUA.
Análises feitas pela comercializadora Comerc mostraram que apenas o impacto do dólar na fatia de energia da usina binacional poderá representar aumentos de 3,7% a 9,5% nas tarifas. As maiores altas deverão ocorrer nas distribuidoras que ainda não tiveram reajuste em 2015, como é o caso da Bandeirante, CPFL Piratininga e Light. No aumento extraordinário, acontecido em janeiro, quando o governo federal repassou para a tarifa de luz parte das oscilações do câmbio, o dólar estava na casa de 2,80 reais.
O presidente da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), Nelson Fonseca, explicou que as empresas sentem o reflexo do aumento do dólar simultaneamente, mas somente poderão repassar para o consumidor na data dos reajustes.
Segundo Fonseca, se não tiver alteração no cenário energético, o câmbio deverá ser o item que mais contribuirá para o reajuste das tarifas em 2016. “Mas não podemos prever o nível dos aumentos. Há incertezas que não permitem previsões”, observou. Uma delas é a hidrologia. Se não chover o suficiente, o País terá de acionar as térmicas, que são mais caras.
Outro fator de pressão sobre as contas são os leilões que ocorrerão nos próximos meses. Se o valor ficar acima do praticado hoje, a diferença será repassada à tarifa do consumidor. (AE)
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