Por Redação O Sul | 6 de maio de 2025
Em mais um dia de espera e ajuste de posições, o dólar fechou em alta de 0,37%, cotado a R$ 5,70, enquanto o Ibovespa, principal índice da B3, registrou estabilidade no fim do pregão, aos 133.515 pontos.
Na véspera da “Superquarta”, os investidores ajustam suas posições nos negócios antes das decisões sobre as políticas monetárias dos EUA e do Brasil. A taxa de câmbio sofre uma leve pressão de olho no cenário americano, que está marcado por tarifas, déficit e sinais de contração na economia. Esse contexto aumenta a aversão ao risco por parte dos investidores.
No exterior, os investidores aguardam a decisão de amanhã do Federal Reserve (Fed), banco central americano, sobre os juros nos Estados Unidos. O mercado estima que a instituição manterá os juros entre 4,25% e 4,50%, mas os holofotes estarão sobre a retórica adotada por Jerome Powell, presidente da autoridade monetária.
Em abril, o presidente dos EUA, Donald Trump, criticou fortemente as medidas -ou falta delas – adotadas por Powell em relação a essa temática. O republicano chegou a publicar em seu perfil na rede Truth Social que a economia do país pode sofrer uma desaceleração, caso o “Sr. Tarde Demais” [referência a Jerome Powell] não reduza as taxas de juros o mais rápido possível.
No mercado doméstico, as expectativas se voltam à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), também nesta quarta-feira, em que discutirão um novo patamar para a taxa Selic, a taxa básica de juros no país. Especialistas estão divididos entre entre uma elevação de 0,25 ou 0,50 ponto percentual, mas, de qualquer modo, uma elevação já é esperada, conforme a indicação divulgada pelo Copom na ata da última reunião.
Projeções
Os dados mais recentes sobre a economia dos EUA, que mostram um mercado de trabalho ainda forte e uma atividade econômica em expansão, reduziram as chances de que o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) sinalize um corte de juros em junho. Esse cenário também impactou as expectativas em relação à Selic no Brasil.
A curva de juros, que anteriormente indicava uma chance de 25 pontos-base de redução na taxa de juros do Copom, agora reforça a expectativa majoritária de um aumento de 50 pontos-base, levando a Selic para 14,75%. Já a possibilidade de um ajuste de 75 pontos-base, que parecia distante, foi reconsiderada diante das pressões fiscais e das tarifas.
No mercado brasileiro, a maioria dos economistas acredita que o Banco Central não renovará o seu “forward guidance”, deixando a decisão de junho em aberto para garantir maior flexibilidade. Contudo, uma parcela menor de analistas ainda considera a possibilidade de o Copom sinalizar o fim do ciclo de alta.
Além da decisão de política monetária, o comunicado pós-reunião será crucial. Caso o Copom opte por um ajuste residual em junho, o texto deverá enfatizar a continuidade das pressões inflacionárias e a persistência das expectativas de alta dos preços.
Em relação ao cenário internacional, o Fed (Federal Reserve) dos EUA mantém uma expectativa unânime de estabilidade na taxa de juros, entre 4,25% e 4,50%. A principal dúvida agora recai sobre o tom da mensagem que será transmitida após a reunião, com especial atenção para a postura de Jerome Powell, presidente do Fed, na entrevista subsequente.
