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Economia Dólar: Ministério da Fazenda prepara três medidas para reduzir volatilidade e destravar “agenda verde”; entenda

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Objetivo é dar maior segurança a investidores estrangeiros. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Depois de aprovar o novo arcabouço fiscal e fazer alterações no período de vigência da meta de inflação, a equipe econômica agora se debruça sobre a política cambial – o último pilar do tripé macroeconômico, implantado no País em 1999. O câmbio flutuante seguirá em vigor, mas serão criados novos tipos de “seguro” para proteger os investidores do sobe e desce do dólar em relação ao real.

O objetivo é lançar três instrumentos financeiros (leia mais abaixo) que sejam capazes de reduzir os riscos atrelados à volatilidade da moeda americana e, assim, destravar os investimentos estrangeiros no Plano de Transformação Ecológica – como foi batizada a “agenda verde” do governo, também encampada pelo Congresso.

Esses mecanismos de proteção cambial terão cobertura inicial de até US$ 3,4 bilhões e serão voltados a investidores de longo prazo, que queiram aportar seus recursos em projetos ligados, por exemplo, a hidrogênio verde, agricultura de baixo carbono e transição energética.

Os recursos virão de uma parceria entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), hoje comandado pelo ex-presidente do Banco Central (BC) Ilan Goldfajn, e o ministério da Fazenda. A Secretaria do Tesouro Nacional, chefiada por Rogério Ceron, e o BC também participam diretamente dessas conversas.

O plano ecológico é tido como prioritário pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas depende de dinheiro externo para deslanchar. O primeiro passo foi dado em novembro, com a emissão de títulos públicos “verdes” no mercado internacional, quando o governo conseguiu captar US$ 2 bilhões.

Só que o próprio ministro calcula que seja necessária uma cifra bem mais volumosa para que o plano pare de pé: de US$ 130 bilhões a US$ 160 bilhões por ano, ao longo da próxima década.

E os investidores estrangeiros são refratários ao sobe e desce do dólar no Brasil, que só no último ano oscilou entre R$ 4,73 e R$ 5,45. O objetivo, portanto, é dar maior segurança aos donos do dinheiro, como fundos de pensão e seguradoras, que, pelas políticas de investimento, não podem alocar seus recursos em ativos considerados muito arriscados.

A parceria com o BID, para desatar esse nó, foi anunciada na última Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28), em Dubai, e deve sair do papel ainda no primeiro bimestre deste ano, segundo pessoas a par do assunto.

Na ocasião, Haddad falou sobre o entrave cambial: “Para o investidor que vai pensar no País, para ficar 5, 10, 15, 20 anos, esse é um assunto muito importante, porque ele não sabe a hora que vai precisar de liquidez”, afirmou.

“E, se precisar de liquidez, numa hora que tiver uma desvalorização cambial abrupta, num ano incomum, isso pode significar a tomada de decisão de não investir no Brasil”, destacou o ministro. Para mitigar esse risco, estão sendo desenhados três instrumentos de acordo com o grau de volatilidade do câmbio.

Risco baixo

Swap, na linguagem do mercado financeiro, é a troca de taxas ou rentabilidades – e, portanto, de riscos – entre agentes econômicos.

Pode-se trocar, por exemplo, a variação do câmbio pela oscilação da taxa de juros em um determinado período de tempo – nesse caso, o investidor ficaria sujeito à variação dos juros, e não do câmbio, que é muito mais volátil. Para os investimentos verdes, o horizonte é longo: de dez a vinte anos.

Esse mecanismo de swap seria indicado para momentos de risco mais baixo e poderia ter até US$ 1,4 bilhão disponíveis, como sinalizou Goldfajn na COP-28.

Risco médio

Para situações de risco um pouco mais elevado, estão sendo avaliadas linhas de crédito em moeda estrangeira. Seriam linhas emergenciais para resolver problemas de caixa temporários, em caso de eventos de desvalorização cambial, as quais poderiam ser combinadas com o uso dos swaps.

Risco alto

Já para momentos de desvalorização extrema e abrupta do câmbio, seriam criados mecanismos de cobertura. Ou seja, uma espécie de seguro.

“O risco de cauda (ocorrência de evento extremo e improvável) é uma opção de proteger (o investidor) no caso em que a volatilidade não é nem a normal, em que você pode ter o swap, nem média, em que você pode simplesmente dar liquidez, mas sim de um tamanho que você precisa de proteção. E é nesse caso que você faz opções”, afirmou Goldfajn.

Um das possibilidades, portanto, seria o uso de uma espécie de opção de compra de dólares a ser acionada a partir de determinada taxa de câmbio.

 

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