Quinta-feira, 11 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de julho de 2023
Um dólar em queda frente ao real é sempre mais interessante para os brasileiros. Sendo assim, este será o melhor primeiro semestre em sete anos. O dólar à vista encerrou a sexta-feira (30) com queda superior a 1% ante o real, em sintonia com o exterior, onde a moeda norte-americana também cedia ante a maior parte das divisas, e em meio a uma percepção positiva sobre a economia brasileira, após o Conselho Monetário Nacional (CMN) ter mantido a meta de inflação em 3% para os próximos anos.
A moeda norte-americana recuou mais de 8% no mercado à vista nos primeiros seis meses de 2023. A última queda mais intensa para o período foi em 2016, quando o dólar tombou 18,8%. Além disso, a divisa estrangeira caminha para ter a maior queda para junho desde 2021, quando recuou 4,7%.
O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,78 na venda, com baixa de 1,19%. Na semana, a moeda norte-americana acumulou alta de 0,24%.
A economista da Valor Investimentos, Paloma Lopes, comenta que a queda da moeda dos Estados Unidos afeta diretamente a “porteira”. “Ou seja, impacta produtos extremamente importantes para os brasileiros como trigo, soja e milho”, comenta.
A economista destaca que a queda nos preços dessas commodities agrícolas impactou no recuo de produtos como o pão e proteínas animais. “A partir do momento que o dólar cai, o trigo cai e o preço do pãozinho também. Quando falamos da soja e do milho, são dois produtos utilizados na ração de animais. Elas caindo, os preços das carnes reduzem”, explica.
De fato, a inflação vem desacelerando a sua alta. Segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula alta de 2,95% em 2023, enquanto no acumulado em 12 meses até maio, a alta é de 3,94%.
Sendo assim, as carnes recuam 3,87% nas gôndolas dos mercados de janeiro a maio, em especial a carne bovina. Já a farinha de trigo recua 1,13% nos cinco primeiros meses do ano. “Em resumo, a queda do dólar impactou nos alimentos. Os produtos da cesta básico ficaram mais baratos no semestre”, diz Lopes.
A profissional da Valor ainda cita a influência do dólar no preço do petróleo. Com isso, observou-se queda no custo logístico, que também influencia os preços dos alimentos.
A inflação dos combustíveis também vem exibindo desaceleração no período. “No Brasil, é um fator que tem bastante peso pelo modal rodoviário. Com a queda do valor do combustível, cai esse custo logístico para o comércio e para o consumidor”, acrescenta. As informações são do site Money Times.