Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 17 de junho de 2020
Mercado reagiu ao anúncio da Selic.
Foto: Marcos Santos/USP ImagensO dólar fechou em alta contra o real pelo sexto pregão consecutivo nesta quarta-feira (17), puxado pela força da moeda no exterior e pelo aumento de expectativas de que o BC (Banco Central) deixaria a porta aberta para mais cortes da Selic, o que de fato aconteceu. A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 0,46%, vendida a R$ 5,2607. No mês, o dólar ainda acumula queda, de 1,42%. No ano, a alta é de 31,20%.
Os DIs aceleraram as quedas na parte da tarde, enquanto o Ibovespa ampliou os ganhos. Esse padrão de oscilação, segundo operadores, é típico de momentos de intensificação de apostas em mais reduções de juros –que levam a reprecificação no CDI e aumentam a atratividade do mercado de ações como classe de ativos para investimento.
Do lado do câmbio, chances de mais cortes da Selic até o fim do ano corroboram perspectivas de um real ainda pressionado, já que podem estender a queda nos diferenciais de juros entre o Brasil e o mundo. Ou seja, o País passa a oferecer menos retorno apesar de nível de risco (medido pelo CDS) sem queda visível.
“Nosso cenário-base é que o BC deixa a porta aberta sem compromisso explícito de cortar”, disseram analistas do Citi em nota. “O real ainda corre o risco de ter um desempenho pior, embora o corte desta noite esteja no preço. O câmbio é prejudicado por seu papel como moeda de financiamento e hedge durante períodos de força do dólar, bem como pelo agravamento da situação de pandemia no Brasil”.
O Brasil se aproxima da marca de 1 milhão de casos registrados de Covid-19, enquanto muitas cidades e Estados têm afrouxado restrições sociais contra a pandemia. O risco de persistência da crise de saúde, na visão de analistas, pode tornar a esperada recuperação econômica mais lenta, prejudicando a atratividade do Brasil como destino para investimentos.
No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de moedas apreciava 0,1% no fim da tarde, com queda de divisas emergentes, após o chair do banco central dos EUA, Jerome Powell, voltar a citar pontos de cautela sobre a retomada da economia norte-americana.
Aumento de novos casos de Covid-19 nos EUA e na China e tensões geopolíticas na Ásia alimentaram ao longo do dia demanda por ativos considerados seguros, como o dólar e os títulos do Tesouro norte-americano.