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Brasil Doleiro diz à Polícia Federal que entregava “malas de dinheiro” ao ex-ministro Geddel

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Funaro é alvo de ação penal por fraudes no Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. (Foto: Divulgação)

O doleiro Lúcio Funaro afirmou no último dia 7 de julho em depoimento à PF (Polícia Federal) que fez várias entregas de “malas de dinheiro” nas mãos do ex-ministro Geddel Vieira Lima em uma sala do aeroporto de Salvador (BA). Preso desde julho do ano passado, Funaro é alvo de ação penal por fraudes no FI-FGTS (Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) junto com o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O doleiro está negociando com o Ministério Público uma delação premiada. No último dia 5, ele foi transferido do presídio da Papuda para a carceragem da Polícia Federal, em Brasília, onde permanecerá até esta sexta-feira (14). De acordo com relatório da PF, “o declarante (Funaro) [diz que] fez várias viagens em seu avião ou em voos fretados para entregar malas de dinheiro para Geddel Vieira Lima , que essas entregas era feitas na sala vip do hangar Aerostar, localizado no aeroporto de Salvador, Bahia, diretamente nas mãos de Geddel”.

O relatório afirma ainda que Funaro “pretende entregar alguns documentos sobre essas viagens como elemento de corroboração em anexos de sua colaboração; que realmente, em duas viagens, que fez, uma para Trancoso (BA) e outra para Barra de São Miguel (BA), o declarante fez paradas rápidas em Salvador (BA) para entregar malas ou sacolas de dinheiro para Geddel Vieira Lima”.

 

Prisão domiciliar

Nesta quinta-feira (13), o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), determinou que Geddel seja solto mesmo sem tornozeleira eletrônica. Ele determinou que o equipamento seja colocado quando Geddel chegar a Salvador, onde cumprirá prisão domiciliar. Nesta quinta, o Ministério Público Federal fez novo pedido de prisão do ex-ministro.

Ney Bello notificou a Polícia Federal na Bahia sobre a decisão e também a Justiça Federal de Brasília, que havia determinado a prisão. O desembargador tomou a decisão após ter sido informado sobre a falta de tornozeleiras eletrônicas no Distrito Federal, o que vinha impedindo a transferência do ex-ministro para Salvador.

O governo do Distrito Federal informou que não tem tornozeleiras porque o contrato para fornecimento do equipamento foi assinado recentemente.

Suspeita de obstrução de Justiça

Um dos políticos mais próximos ao presidente Michel Temer, Geddel foi preso preventivamente no início do mês por suspeita de obstrução da Justiça. Dois dias após a detenção, o ex-ministro da Secretaria de Governo (articulação política) foi transferido para o Distrito Federal. (AG)

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