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Brasil Doses falsas de vacina com registro no Conecte SUS são vendidas pelo Telegram

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Certificados falsos são anunciados no Telegram por R$ 500. (Foto: Reprodução)

Aproveitando-se de brechas de segurança do aplicativo governamental ConecteSUS e da descrença de grupos antivacina na ciência, um mercado ilegal para venda da certidão vacinal circula livremente no Telegram. Os documentos falsificados são anunciados por até R$ 500 no aplicativo de mensagens.

De acordo com informações do jornal Metrópoles, com valores diferentes para número de doses, e contemplando também pais que não querem vacinar seus filhos, usuários do aplicativo vendem a promessa de uma “imunização” fictícia para aqueles que desejam emitir a certidão de imunização pelo Telegram.

Um dos vendedores explicou que o esquema é feito por meio da Unidade Básica de Saúde (UBS) em que trabalha. Ao pedir o Cadastro Nacional de Informações Sociais (Cnis) do interessado, o suspeito afirma que pode registrar a dose no sistema ao mesmo tempo em que descartará uma vacina contra a covid.

Oficialmente, o Ministério da Saúde informou não ter sido notificado sobre casos de comercialização do certificado vacinal. Segundo o Metrópoles, uma fonte da pasta afirma, no entanto, que o modus operandi é totalmente possível.

O Brasil possui mais de 38 mil salas de vacinação, além de hospitais e Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs) com acesso ao sistema que registra os imunizantes. O governo federal precisa dar acesso à plataforma a servidores dessas unidades, lá na ponta, para que as doses sejam cadastradas.

“Se uma pessoa está agindo para vender esse certificado no posto de saúde e tem uma credencial, ela pode lançar a vacinação e não vacinar a pessoa. Isso é possível de ser feito tranquilamente”, confirmou a fonte do Ministério da Saúde.

O mesmo modus operandi foi usado, por exemplo, na alteração de dados de políticos e famosos, como Manuela D’Ávila, Átila Iamarino, Felipe Neto, Felipe Castanhari e Nyvi Estephan, no sistema do SUS.

Valores

O anúncio da venda de certificado falso de vacinas é feito livremente em grupos de pessoas que são contra os imunizantes. Em meio a publicações de notícias falsas sobre as vacinas disponíveis contra a covid, pipocam comunicados que vendem o “passaporte vacinal”.

Os preços variam no mercado paralelo. Quanto mais doses a serem cadastradas no sistema, menor é o valor de cada dose. A variação também existe para doses “aplicadas” em crianças e adolescentes, público mais recente a ser integrado na campanha vacinal — para eles, as doses são mais caras.

Em um anúncio, o preço para uma dose em adultos é de R$ 300, duas doses são R$ 400, e o valor com a dose de reforço é de R$ 500. Em crianças, a quantia a ser desembolsada é de R$ 400 e R$ 500, para uma e duas doses. A escolha por qual será o imunizante cadastrado é livre. No anúncio, o vendedor promete: “Você escolhe a quantidade de doses, escolhe o veneno entre Pfizer e Coronavac. E assim que eu lançar no sistema do SUS, falo para você checar [sic]”.

Um dos vendedores, identificado apenas como Azevedo, explica que o esquema é feito a partir da UBS onde trabalha. Com o cadastro do ConectSUS do comprador em mãos, o golpista acrescenta as doses compradas no sistema do usuário, como se ele tivesse sido imunizado naquela unidade de saúde.

“Faço tudo certo, doses, lotes, vacinadores reais… Lançado da minha UBS em Teresina [no Piauí]. Não importa onde você mora, pois pode tomar a picada em qualquer lugar do Brasil, inclusive em viagens”, explica. Com o cadastro de imunizantes feitos, as doses reais de vacina seriam, segundo o vendedor, descartadas.

“Só este mês de janeiro aqui na minha região de trabalho das UBS que cubro, foram mais de 100 mil picadas verdadeiras. Você será um no meio da multidão, sem perigo algum, são doses reais, lotes reais e vacinadores reais, você veio até a unidade, talvez em viagem, e recebeu a picada. A dose é descartada, seu único registro será dentro do SUS“, argumenta.

Um outro vendedor anuncia um método diferente. Identificado pelo nome Seu Passe, o usuário afirma que consegue fazer um certificado digital, em formato PDF, e aproveitar uma brecha de segurança da plataforma.

Após enviar para o comprador, o documento conseguiria ser validado pelo aplicativo do ConectSUS, via QR Code ou código de segurança. “Então, onde você for e checarem, seu certificado vai dar como um certificado válido”, diz.

A falha de segurança no aplicativo já foi identificada e é de conhecimento do governo federal, que afirmou ter resolvido o problema desde 24 de janeiro deste ano. A brecha permitia a validação do certificado de vacina contra a covid por meio da leitura de um QR Code, relativo a qualquer documento.

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https://www.osul.com.br/doses-falsas-de-vacina-com-registro-no-conecte-sus-sao-vendidas-pelo-telegram/ Doses falsas de vacina com registro no Conecte SUS são vendidas pelo Telegram 2022-03-14
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