Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2015
Suspeito de manter contas bancárias secretas na Suíça, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou na quarta-feira que não renuncia ou se afasta do cargo em “nenhuma hipótese”. Denunciado pela Procuradoria-Geral da República sob a acusação de integrar o esquema de corrupção na Petrobras, Cunha ainda tem apoio da maioria dos seus pares, mas essa sustentação tende a desaparecer na hipótese de vir à tona reprodução de documentos comprovando as contas no exterior.
“Não há a menor possibilidade de eu renunciar, licenciar, qualquer coisa do gênero”, disse o presidente da Casa, em entrevista após um painel sobre radiodifusão. Questionado minutos antes pelo jornalista Kennedy Alencar, que era o mediador do evento, se estuda renunciar, Cunha foi lacônico: “Nenhuma hipótese”.
A declaração foi uma reação à decisão da oposição de abandonar o peemedebista caso fique comprovada a existência das contas na Suíça. Na avaliação de deputados e senadores, é impossível manter o apoio público já que, nessa hipótese, ficaria incontestável que Cunha mentiu em seu depoimento à CPI da Petrobras, quando disse que não tinha contas no exterior.
A oposição é aliada e um dos principais sustentáculos políticos do peemedebista. Desde que derrotou o PT e assumiu o comando da Câmara, em fevereiro deste ano, há uma ação articulada entre o parlamentar, o PSDB, o DEM e o Solidariedade, as três maiores legendas contrárias à presidenta Dilma Rousseff. Oposição e Cunha continuam alinhados na tentativa de dar sequência na Casa a um pedido de impeachment contra a chefe do Executivo. (Folhapress)
