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Política “Ele gritava que ia matar todos os petistas”, diz filho de militante assassinado em Foz do Iguaçu

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Marcelo Arruda durante o aniversário com tema do PT. (Foto: Reprodução)

Filho do guarda municipal Marcelo Arruda, o vendedor Leonardo Arruda, de 26 anos, relatou os momentos de terror durante a comemoração do aniversário de 50 anos de seu pai. “A pessoa estava tomada pelo ódio. Não pensa na família dele, nem na minha. Ele matou enquanto gritava aqui é Bolsonaro, aqui é mito. Estamos todos muito apavorados”, disse.

Na madrugada deste domingo (10),  Marcelo Arruda, que também atuava como tesoureiro do PT da cidade e já havia sido candidato a vice-prefeito, foi assassinado por um agente penitenciário bolsonarista durante a celebração do seu aniversário de 50 anos. A vítima conseguiu atingir o agressor em legítima defesa antes de morrer. Uma câmera de segurança registrou toda a ação. O assassino permanece internado – inicialmente as autoridades locais haviam informado incorretamente que ele também havia morrido.

O vendedor conta que o agressor não era conhecido por ninguém e já entrou na festa gritando que iria “matar todos os petistas”, além de palavras de ordem e ‘“aqui é Bolsonaro”. Leonardo disse ainda que a esposa do agressor tentou evitar que ele fizesse um primeiro disparo. “Ele prometeu que ele ia voltar, e ele voltou logo depois já atirando. Ele acertou três tiros no meu pai. Pelo ódio dele, parecia que ia matar todo mundo. Mas meu pai conseguiu evitar o pior, antes de morrer”, relatou Leonardo.

O vendedor conta que amigos de seu pai vieram de outras cidades para comemorar o aniversário de 50 anos. “O ambiente estava maravilhoso. O tema era sobre o PT, partido que ele se identifica, que ele gosta. Nós vivemos num país democrático e devia ser assim. Uma pessoa não pode morrer por causa de uma questão política. Eu penso o seguinte: fez a festa do PT, Lula, que haja respeito. Se outra pessoa faz um aniversário com tema Bolsonaro, que respeite também. Não precisa ir num aniversário do rival e matar ele. Cada um comemora do jeito que quiser. A gente estava numa associação, num ambiente tranquilo”, lamenta.

Pâmela Arruda, esposa de Marcelo, também lamenta o ocorrido:

— A gente está transtornado, transpassado. Eu não queria acreditar que fosse verdade. Estou com um bebê de quarenta dias. A gente fez uma decoração do PT, porque o Marcelo é do PT. Ele ganhou algumas coisas do PT, do Lula, mas tudo brincadeira. Todo mundo brincando numa boa. Esse cara apareceu atirando.

O guarda municipal deixa quatro filhos. Leonardo é o mais velho, de 26 anos, e o mais novo, uma menina que tem apenas dois meses de vida.

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