Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 7 de outubro de 2022
A nova conformação do Congresso, em que o PL elegeu 99 deputados e o PT, 80, faz com que os partidos discutam a formação de grandes blocos para comandar as principais comissões e, sobretudo, o orçamento e as emendas parlamentares.
Embora o PL tenha saído o maior partido da eleição, o Centrão não planeja entregar nem a presidência da Câmara, nem a do Senado à sigla. Juntos, União Brasil e PP (com 106 deputados) almejam atrair mais partidos para a sua base para comandar ambas as Casas ou as mais importantes comissões: Orçamento e Constituição e Justiça. Ao PL, ficaria a de Fiscalização. Já o PT prevê unir a esquerda e o Avante para chegar a 115. No MDB, há quem defenda somar-se ao PSDB, Cidadania e Podemos.
O ocupante do Palácio do Planalto pode alterar essa relação de forças. Se der Jair Bolsonaro, o PL será vitaminado, preveem políticos do Centrão. Por isso, tornou-se ainda mais relevante a união entre as demais siglas para fazer frente ao partido de Bolsonaro.
Pros e Solidariedade
Dirigentes dos partidos Pros e Solidariedade anunciaram nesta sexta-feira (7) um acordo para a fusão das legendas. O comunicado é assinado pelos presidentes das duas siglas, Euripedes Jr e Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, respectivamente.
“Essa unidade é motivada pela identidade, compatibilidade de valores e visão compartilhada do projeto político nacional”, diz o texto divulgado.
Os dois partidos integram, atualmente, a coligação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa do segundo turno presidencial.
Paulinho da Força afirmou que o processo passa agora por “questões burocráticas”, como a convocação de uma convenção e a composição da nova diretoria. A ideia é manter o nome Solidariedade e adotar o número eleitoral do Pros, 90.
Sozinhos, Pros e Solidariedade não conseguiram o número mínimo de votos e de cadeiras no Congresso para ultrapassar a cláusula de barreira.
Nas eleições deste ano, o Pros elegeu três deputados: Max (RJ), Toninho Wandscheer (PR) e Weliton Prado (MG). Também é filiada à sigla a senadora Zenaide Maia (RN), cujo mandato vai até 2027.
Já o Solidariedade elegeu quatro deputados: Aureo Ribeiro (RJ), Marcelo Lima (SP), Maria Arraes (PE) e Zé Silva (MG). O partido também elegeu o novo governador do Amapá, Clécio, e disputa o segundo turno do governo de Pernambuco com Marília Arraes.
Mesmo somados, os sete deputados ainda ficariam abaixo do mínimo de 11 necessário para superar a cláusula de barreira pelas regras atuais. As siglas atendem ao outro critério definido, no entanto: reúnem pelo menos 2% dos votos válidos nacionais, e 1% dos válidos em pelo menos nove estados.
Sem uma fusão como a anunciada, as siglas perderiam acesso a verbas dos fundos eleitoral e partidário, além de tempo de televisão e vaga nos debates das eleições 2024 e 2026, por exemplo.