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Política Eleições 2026: clã Bolsonaro tenta adiar debate sobre escolha de candidato enquanto cresce pressão na direita

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Está em jogo um embate entre a manutenção do protagonismo da família e a "emancipação" de outros quadros. (Foto: Reprodução)

A prisão de Jair Bolsonaro provocou uma divisão na forma como a família do ex-presidente e caciques da direita encaram a definição do nome para representar o campo político na eleição do ano que vem. Está em jogo um embate entre a manutenção do protagonismo do clã e a “emancipação” de outros quadros, sobretudo dos governadores que têm interesse em disputar a Presidência. Esses, apesar de pensarem diferente, adotam cautela para não despertar a ira dos filhos de Bolsonaro, condenado e preso por tentativa de golpe de Estado.

A ex-primeira-dama Michelle e o deputado federal Eduardo se colocam como possíveis candidatos, enquanto o senador Flávio passou a ser aventado no partido, apesar de negar publicamente a intenção. Já o vereador carioca Carlos postou nas redes sociais que não é hora de discutir sucessão presidencial “enquanto os maiores absurdos políticos se acumulam contra o maior líder do país”.

Operação abafa

Entre sábado (22) à noite e segunda-feira (24) de manhã, o clã montou uma operação para impedir que o momento de fragilidade do ex-presidente abrisse espaço para reposicionamentos que consideram prematuros. A ordem, explicitada nos recados públicos e reiterada em conversas privadas, foi congelar qualquer discussão sobre 2026.

Se Carlos adotou tom mais duro em público, Flávio assumiu a função de articulador em conversas privadas. Desde sábado, segundo aliados, o senador tem repetido que não é o momento de tratar de 2026. O movimento busca proteger o capital político do pai e evitar que nomes externos se cacifem. Questionado, ele reforça a visão:

“Temos vários candidatos que estão competitivos, caso não possa ser o presidente Bolsonaro. Vamos deixar para ouvir isso da boca do presidente Bolsonaro, no momento em que ele achar melhor.”

Responsável por convocar a “vigília” que foi um dos motivos elencados para a prisão preventiva do pai, Flávio virou porta-voz do ex-presidente depois da detenção, o que causou mal-estar na família. Em reunião do PL na segunda-feira, da qual participaram ele, Michelle e os irmãos Carlos e Jair Renan, a ex-primeira-dama se queixou do fato de não ter sido consultada pelo primogênito de Bolsonaro, já que até aquele momento ela havia sido a única a estar com o marido na cadeia.

A reunião é descrita por participantes como a mais tensa da sigla desde 2022. Michelle chegou acompanhada de assessores próximos e estava visivelmente abalada. Durante o encontro, pediu a palavra para fazer um apelo parecido com o dos enteados: que ninguém tratasse ainda das eleições e que o foco fosse exclusivamente o momento jurídico de Bolsonaro. A ex-primeira-dama, que teve duas crises de choro, afirmou que antecipar o debate significaria tirar o protagonismo do marido num momento em que a família tenta demonstrar unidade.

Entre os governadores cotados para assumir o espólio – Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO), Ratinho Júnior (PR) e Romeu Zema (MG) –, o clima é de cautela. Todos têm defendido publicamente Bolsonaro e evitado qualquer declaração que possa ser interpretada como avanço sobre a liderança do ex-presidente, apesar da ansiedade pela definição do cenário. Segundo um interlocutor de Tarcísio, o momento é de “não irritar a família”.

Na quarta (26), o governador paulista voltou a dizer que será candidato à reeleição no Estado. Afirmou ainda que recebeu “com muita tristeza” a prisão de Bolsonaro e que confia na inocência do aliado.

Principal cotado para assumir a empreitada presidencial da direita, Tarcísio não vê com bons olhos a possibilidade de ter um vice com o sobrenome Bolsonaro, caso entre de fato na disputa, mas não pode manifestar isso em público. Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o nome preferido dele para dividir a chapa é o colega de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

Emancipação

A família Bolsonaro tenta retomar a dianteira das pautas da direita depois de um período em que os governadores dependeram pouco do clã para emparedar o governo Lula com a pauta da segurança pública. Na esteira da operação mais letal da História do País, que resultou em 122 mortes no Rio, os mandatários de estados populosos vinham se aproveitando do tema para reunificar o discurso, que ficou desalinhado por meses diante do tarifaço dos Estados Unidos e a recuperação do petista nas pesquisas.

Dirigentes de PP, Republicanos e União Brasil avaliam que o congelamento do debate sobre a candidatura presidencial é resultado da disputa por protagonismo que tende a se intensificar nos próximos meses. A leitura é que a família tenta evitar que o bolsonarismo se transforme em um movimento mais amplo e descentralizado, reduzindo seu poder de decisão. (Com informações do jornal O Globo)

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