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Colunistas Eleições e deusas da língua

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Em época de eleição, candidatos e marqueteiros buscam inspiração para cativar o eleitor. Com razão. Velhas fórmulas envelheceram. Não motivam os cidadãos a ir às urnas. O que fazer? Um grupo de mulheres decidiu partir para algo diferente — recorrer à mitologia grega para montar a campanha. Pediu ajuda à coluna. “Queremos conhecer melhor personagens femininas que fizeram bonito no Olimpo. Pode nos ajudar?” Leitor não pede. Manda. Eis quatro deusas que brilharam. Três são guerreiras. A quarta explica o porquê de as urnas penderem para esta ou aquela postulante.

Amazonas

Elas formavam o clube das luluzinhas. Na terra delas, só viviam mulheres. Eram guerreiras pra lá de valentes. Armadas de arco e flecha, enfrentavam os inimigos montadas em cavalos. Chamavam-se amazonas. O nome tem tudo a ver com o comportamento das ilustres senhoras.

Em grego, mazos quer dizer seio. A significa não. (É o mesmo a que aparece em anormal, amoral, atípico.) Coladas, as duas partes justificam a denominação. Elas arrancavam o peito direito para segurar melhor o arco.

Naquele reino feminista, homens não tinham vez. Mas, um dia por ano, a situação mudava. As donas do pedaço deixavam-nos entrar na cidade. Aí, não dava outra. Namoravam à beça. Nove meses depois, nasciam os bebês. As meninas ficavam com as mães. Os meninos tinham outro destino. Uns eram entregues ao pai. Outros eram mortos.

No século 16, Francisco Orellana descobriu o norte do Brasil. Quando chegou perto de um rio muito grande, foi atacado por mulheres guerreiras montadas a cavalo. Lembrou-se, então, das amazonas gregas. É por isso que o Rio Amazonas se chama Amazonas. E mulher que monta cavalo, amazona. O homem, cavaleiro.

Minerva

Atena em grego. Minerva em latim. A deusa nasceu adulta. Veio ao mundo armada, de capacete, acompanhada de uma coruja. Ao ver a luz do dia, soltou um grito. Daquele momento em diante, tornou-se a deusa dos combates. Lutou contra gigantes e grandes guerreiros. Ganhou todas as batalhas. Por quê? Ela era senhora estrategista. Todos a chamavam de deusa da sabedoria. Em sua homenagem, a capital da Grécia se chama Atenas. E a coruja se tornou símbolo das faculdades de filosofia. Por quê? Filosofia quer dizer amigo da sabedoria.

Belona

Belona se casou com Marte. Ele era o deus da guerra. Ela se tornou a deusa da guerra. Usava capacete e mantinha a lança na mão. Os dois iam juntos para o campo de batalha. Lutavam. Sem dar trégua ao inimigo, colecionavam vitórias.

A língua portuguesa, em reconhecimento ao valor da valente mulher, criou várias palavras para homenageá-la. Todas, não por acaso, começam com bel, de Belona. E têm parentesco com a guerra. É o caso beligerante (pessoa que está em guerra ou faz guerra). Belicoso (criatura louca por uma guerrinha), bélico (referente à guerra), belonave (navio de guerra).

Fortuna

Que medão! Todos tremem ao pensar nela. Com razão. Fortuna é a dona da sorte e do azar. Caprichosa, não tem lógica na distribuição dos bens ou dos males. Faz o que lhe vem à cabeça. Sem pensar. Se acorda de bom humor, torna afortunadas as criaturas que encontra. Se, ao contrário, desperta de mal com a vida, quem lhe passa pelo caminho vira desafortunado.

Por ser a dona da sorte e do azar, Fortuna tem vários nomes. Alguns a chamam de destino. Outros, de fado, muitos falam em ventura e desventura. Seja com que nome for, um fato é inegável. A poderosa não vê o que faz. É cega.

Leitor pergunta

Haver ou a ver? A coluna já tratou do assunto. Mas continuo confundindo as duas formas. Talvez porque soam do mesmo jeito. Pode me ajudar?

Cláudio Sereno, Sacramento

Haver é o verbo: Há muitos candidatos disputando cargos eletivos. Hei de vencer. Não houve distúrbios durante as manifestações.

A ver significa ter relação: Minha história tem tudo a ver com a de Paulo. Este fato não tem nada a ver com aquele. O que uma coisa tem a ver com a outra?

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/eleicoes-e-deusas-da-lingua/ Eleições e deusas da língua 2018-08-24
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