Segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Carlos Roberto Schwartsmann Eles morrem por aprodecimento!

Compartilhe esta notícia:

Medida busca reduzir as longas filas por atendimento especializado na rede pública. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Nesta semana, Paulo Santana será eternizado pelo lançamento da sua biografia. Livro escrito por Márcio Pinheiro: “Paulo Santana, o gênio indomável”.

Na minha opinião pessoal, considero o cronista, falecido em 2017 como maior defensor da saúde pública do Rio Grande do Sul. Escreveu dezenas de artigos criticando o SUS e o nosso sistema de saúde. Criticava com rigor e inclemência. Mordaz, denunciava principalmente a desumanidade!!! Escreveu em 27/05/2003 que a central de marcação de consultas “funcionava para esconder o lixo debaixo do tapete. Os nomes dos necessitados são anotados e dentro de um ou dois anos serão chamados para consulta”.

O título do presente artigo foi copiado da crônica publicada em 31/10/2003. Relatou Santana que paciente ficou aguardando a consulta por dois anos. Antes de ser chamado, morreu de câncer disseminado de próstata no hospital Parque Belém (também fechado em 2017). “Familiares do defunto e a vizinhança ficaram apavorados com o cheiro exalado pelo corpo de seu Octávio. Ele morreu por apodrecimento”.

A saúde do brasileiro sofreu duro golpe em 19 setembro de 1990 com a maléfica inovação introduzida no SUS: O gerenciamento tripartite. A União transferiu a responsabilidade da saúde para os Estados e municípios que deveriam aplicar 12% e 15% respectivamente de suas receitas. Evidentemente isto só ocorreu na prática em pouquíssimas cidades do País.

Como o sistema estava falido foi então criada uma narrativa falsa que faltam médicos no Brasil e por isso foram criadas dezenas de faculdades de medicina.
Claro que isto também não vai dar certo. Mais uma vez a população será prejudicada, pois será atendida por médicos formados com baixo padrão médico.

O atual sistema de saúde é falho, pois retirou a liberdade do paciente procurar e escolher o seu médico.

Pela desorganização, e burocracia excessiva, foram criadas longas e intermináveis filas de espera: tanto para as consultas como para as cirurgias.

Existe cálculo oficial que 5 milhões de brasileiros estão aguardando cirurgias eletivas.

A falta de prevenção engarrafa mais ainda o sistema e contribui para lotação das emergências.

Entretanto, o maior culpado ainda é a falta de recursos para financiar o sistema.

Ciente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas aumentou a tabela do SUS em até 5 vezes. Esta é uma tentativa de oferecer atendimento mais qualificado no seu estado.

Caro Santana, obrigado pela bandeira levantada em favor da nossa saúde. Descanse em paz. Sou médico há 50 anos e infelizmente não tenho notícias boas. Acho que a saúde desde sua época só piorou!

As pessoas continuam apodrecendo!!

Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e Professor universitário

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Carlos Roberto Schwartsmann

Fogueiras de julho
Paralisia de Lula faz governadores procurar Trump
https://www.osul.com.br/eles-morrem-por-aprodecimento/ Eles morrem por aprodecimento! 2025-07-23
Deixe seu comentário
Pode te interessar

Carlos Roberto Schwartsmann A medicina e o comprometimento

Carlos Roberto Schwartsmann Médicos mal vestidos

Carlos Roberto Schwartsmann Mulher, se toque!

Carlos Roberto Schwartsmann Alunos ricos, medicina pobre!