Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 7 de agosto de 2020
Único país da América do Sul cujos residentes foram autorizados pela União Europeia a entrar em seu território, o Uruguai está colhendo os frutos por ter conseguido controlar a pandemia da Covid-19.
Nesta semana, sua capital, Montevidéu tornou-se a primeira da América Latina a reabrir suas salas de teatro. Mais de 400 espectadores compareceram a uma apresentação do coral nacional na cidade.
“Estou muito feliz que tenham reaberto. Já era hora”, comemorou a bióloga Helena Winterhalter, uma das primeiras pessoas a chegar ao auditório Adela Reta na noite de reabertura.
Utilizando máscara, mantendo distância, com medição de temperatura e álcool em gel, dezenas de pessoas compareceram ao teatro, no centro de Montevidéu. A noite de gala marcou o retorno dos espetáculos com plateia em uma das salas mais importantes do país, que, devido aos protocolos de segurança, teve uma redução em sua capacidade de 1,8 mil pessoas — seu público habitual — para 411.
Todas as pessoas, inclusive casais, tiveram que deixar duas cadeiras vazias entre si. Também só foram liberadas as fileiras pares, com uma distância de cinco metros entre o palco e a primeira ocupada.
E as mudanças não ocorreram apenas no público. O protocolo reduziu o corpo de 75 cantores para 20, que se revezaram nas diferentes funções, com uma lâmina de acrílico na frente de cada um e mantendo uma distância de dois metros dos demais companheiros.
Mas nada disso foi capaz de estragar a alegria do retorno.
“O Uruguai é pioneiro em toda a América na volta aos palcos”, disse o diretor do coral, Esteban Louise, ao apresentar o programa da noite, que incluiu desde hits dos Beatles até Johann Sebastian Bach e tangos de Carlos Gardel e Alfredo Le Pera.
Sede de teatro
A empolgação foi refletida na venda de ingressos: todas as entradas foram compradas.
“Há um grande interesse no retorno, as pessoas estão ansiosas para sair e passar do contato digital para o presencial”, comentou José Miguel Onaindia, diretor artístico do auditório.
Para muitos, desta vez pouco importava quem estaria se apresentando.
“Teria vindo de qualquer forma”, afirmou Helena Winterhalter.
O aposentado Juan Carlos Ado, que foi com a mulher, concordou:
“Viria assistir a qualquer coisa. Como estava tão feliz com a reabertura, isso não importava.”
Os teatros, museus, galerias de arte e salas de cinema do Uruguai foram autorizados a reabrir na última segunda-feira (3), depois que o governo aprovou um rigoroso protocolo sanitário. Mas seja pela dimensão de alguns espaços, ou pelas características de alguns espetáculos, a reabertura, em alguns casos, é difícil ou inviável. Apenas as salas mais espaçosas podem atender aos requisitos de distanciamento.