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Mundo Em audiência no Parlamento Europeu, o dono do Facebook pediu perdão pelo vazamento de dados pela rede social

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Mark Zuckerberg viu seu patrimônio despencar de US$ 97 bilhões em 2021 para US$ 67,3 bilhões em 2022. (Foto: Reprodução)

O norte-americano Mark Zuckerberg, 34 anos, fundador do Facebook, compareceu nessa terça-feira diante do Parlamento Europeu para se desculpar pelos vazamentos de dados de seus usuários pela rede social.

Sem grandes declarações e se esquivando de diversas das perguntas, ele repetiu a estratégia adotada em abril, quando falou ao Congresso dos Estados Unidos: admitiu não ter feito o bastante para impedir os abusos. “Foi um erro e peço perdão”, afirmou no início de uma presentação de uma hora e meia.

Ele prometeu endurecer as regras de sua empresa diante das próximas eleições, citando diretamente o Brasil e a Índia. “Fomos lentos demais em identificar a interferência russa”, prosseguiu em alusão ao pleito em que Donald Trump foi eleito para a Casa Branca, em 2016. “Desde então, fizemos investimentos importantes para dificultar esses ataques.”

As suas passagens pelos legislativos de Estados Unidos e Europa evidenciam o cerco internacional que se fecha em torno do Facebook, que tem sido chamado a prestar contas por seu papel social e por seu impacto político. Não por acaso, o gigante da internet vive sua pior crise desde sua fundação, em 2004.

Em março, veio a público que os dados de milhões de usuários da rede social foram repassados para a firma de consultoria britânica Cambridge Analytica, que trabalhou para a campanha de Trump.

O questionamento de Zuckerberg em Bruxelas (Bélgica), no coração da burocracia europeia, havia sido a princípio anunciado como um evento a portas fechadas. Após protestos de legisladores e ameaças de boicotes, foi decidido que seria transmitido ao vivo.

“Esse é um importante sinal de respeito pelos cidadãos europeus”​, disse Antonio Tajani, o presidente do Parlamento Europeu, ao apresentar Zuckerberg. “A democracia não deveria jamais se transformar em uma operação de marketing, em que alguém que compra nossos dados pode comprar vantagem política.”

Após as introduções, os líderes dos grupos parlamentares fizeram as perguntas em sequência, para que Zuckerberg respondesse ao final. Cada legislador teve cerca de três minutos para falar, em discursos algo apressados.

Uma das questões mais duras veio do deputado alemão Manfred Weber. Sugerindo que a empresa norte-americana é um monopólio, perguntou: “Você pode me convencer a não dividirmos o Facebook?”.

Já o ex-premiê belga Guy Verhofstadt, entre severas críticas, pediu-lhe que pensasse em como quer ser lembrado no futuro: “Como um dos três gigantes da internet, ao lado de Steve Jobs e Bill Gates, ou como um monstro?”.

Zuckerberg respondeu às perguntas em pouco mais de 20 minutos. Ele afirmou que sua empresa tem atuado cada vez mais intensamente na remoção de conteúdo ofensivo – deu o exemplo específico de mensagens terroristas – e na checagem de notícias falsas, as chamadas “fake news”.

Ele também repetiu a sua promessa de combater as interferências externas nas próximas grandes eleições. Ao final do encontro, quando legisladores insistiram em respostas diretas a suas perguntas, Zuckerberg disse que encaminharia as informações durante os dias seguintes (o que levou a diversas reclamações entre os europeus).

O fundador do Facebook deverá almoçar nesta quarta-feira com o presidente da França, Emmanuel Macron. Ainda em seu giro pela Europa, na quinta-feira será sabatinado durante um evento de tecnologia em Paris, também com transmissão ao vivo pela internet.

Avaliação

Segundo o diário britânico Guardian, a presença de Zuckerberg no Parlamento Europeu foi recebida como um sinal de desdém aos legisladores do Reino Unido, que haviam pedido três vezes que ele comparecesse também ali – algo que o fundador da rede não aceitou.

O contexto da visita do fundador do Facebook ao continente nesta semana tem um importante simbolismo, já que na sexta-feira a União Europeia ativa seu novo marco regulatório da internet, introduzindo duras medidas substituir aquelas implementadas em 1995.

O GDPR (regulação geral de proteção de dados, em inglês), aprovado em 2016, determina que os usuários da rede têm o direito de saber que informações pessoais são armazenadas na internet e por que razão. As empresas que descumprirem essas leis serão multadas em até 4% de sua renda global ou R$ 80 milhões, o que for mais alto. No caso do Facebook, a multa chega a R$ 6 bilhões.

Apesar de o Facebook (e outros gigantes, como o Google e a Amazon) ser uma empresa norte-americana, também estará sujeito à legislação europeia. O novo marco legal deixa claro que qualquer firma que recolha dados de cidadãos europeus responde ao GDPR.

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https://www.osul.com.br/em-audiencia-no-parlamento-europeu-o-dono-do-facebook-pediu-perdao-pelo-vazamento-de-dados-pela-rede-social/ Em audiência no Parlamento Europeu, o dono do Facebook pediu perdão pelo vazamento de dados pela rede social 2018-05-22
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