Domingo, 13 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 24 de agosto de 2020
A Polícia Militar (PM) do Distrito Federal informou, nesta segunda-feira (24), que o tenente-coronel Eduardo Condi perdeu uma promoção na corporação e exerce apenas funções administrativas. O militar é padrasto de Pedro Krambeck, o estudante de veterinária picado por uma cobra naja criada ilegalmente, e foi indiciado por envolvimento no caso.
De acordo com a PM, Eduardo Condi iria assumir o comando de uma unidade não especificada. Depois do caso, a corporação suspendeu a medida e o manteve na área administrativa. O tenente-coronel também é alvo de um inquérito militar que a apura a participação dele nos crimes.
Segundo a Polícia Militar, a corregedoria vai conduzir os trabalhos de investigação juntamente com o Ministério Público Militar e serão adotadas “todas as medidas necessárias após análise dos fatos”.
Além de Eduardo Condi, a corregedoria investiga outros militares que eram integrantes do Batalhão de PM Ambiental. A suspeita é que eles tenham facilitado um esquema de tráfico de animais.
Relembre o caso
O estudante Pedro Henrique Krambeck foi picado por uma naja em 7 de julho. Ele ficou seis dias internado em um hospital particular do DF, sendo cinco dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nativa da África e da Ásia, a cobra é considerada uma das espécies mais venenosas do mundo.
Segundo a Polícia Civil, o estudante criava a cobra em casa ilegalmente e seria o proprietário de pelo menos outras 16 serpentes. Nas redes sociais, Pedro compartilhava fotos com os animais.
No dia 13 de agosto, a polícia indiciou 11 pessoas suspeitas de envolvimento no caso. Entre elas estão o padrasto, Eduardo Condi, e a mãe do jovem, Rose Lemkuhl. Eles devem responder pelos seguintes crimes:
De acordo com o delegado da 14ª Delegacia de Polícia, William Andrade Ricardo, que investigou o caso, a mãe e o padrasto de Pedro tinham conhecimento dos crimes e ajudavam o suspeito na atividade ilegal.
Ainda de acordo com as apurações, Pedro iniciou o esquema de tráfico de animais em 2017, quando passou a reproduzir as serpentes e a vender os filhotes. Segundo a Polícia Civil, cada animal era vendido por cerca de R$ 500.
“Deixamos claro que não se trata de um colecionador. Nessa investigação, tratamos de separar o joio do trigo, reconhecendo quem apenas criava uma ou duas cobras, de quem compra, vende e atua nesse tráfico”, disse o delegado William Ricardo.
O apartamento onde Pedro, a mãe e o padrasto Eduardo Condi moram chegou a ter mais de 20 cobras. “Para alimentar essas cobras, são necessários ratos, que podem ser vivos ou mortos [congelados]. O apartamento do Guará começou a ficar pequeno para criação das cobras e dos camundongos”, afirma o delegado.
Além da mãe e do padrasto de Pedro, também foram indiciados outros seis amigos do estudante e uma professora da faculdade de veterinária onde eles estudavam.