Domingo, 24 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2025
Estudantes de El Salvador lotaram as barbearias do país nos últimos dias na tentativa de respeitar a medida de “corte de cabelo aceitável” , que entrou em vigor essa semana, após ser aprovada pelo governo de Nayib Bukele. De acordo com a nova ministra da Educação, Karla Trigueros, esta e outras exigências seriam necessárias para “fortalecer a disciplina e a ordem” nas escolas.
Segundo as orientações enviadas pela ministra às escolas, os diretores serão responsáveis por receber os alunos na entrada das instituições e garantir que eles estejam com o “uniforme limpo”, além de um “corte de cabelo” e uma “apresentação pessoal” adequados. De acordo com Trigueros, também será preciso fiscalizar a organização e o uso de “cumprimentos respeitosos”.
“A omissão dessas medidas por parte dos diretores será considerada uma falta grave de responsabilidade administrativa e dará origem às ações correspondentes”, avisou a ministra por fim.
No X, o presidente do país defendeu as medidas adotadas por Trigueros — que também é militar — e alegou que elas seriam essenciais na “transformação” da educação em El Salvador.
“Para construir o El Salvador que sonhamos, devemos transformar por completo nosso sistema educacional. Deus, união e liberdade!”, concluiu Bukele.
Saiba mais
No comando do país desde 2019, Bukele aprovou uma reforma constitucional que elimina os limites de mandatos presidenciais e, consequentemente, permite que ele permaneça no poder indefinidamente.
A estratégia de pacificar o país com sua guerra às gangues e a construção de megaprisões o tornou popular e mostrou-se tão bem-sucedida quanto polêmica.
Entidades que advogam por direitos humanos denunciam a redução da criminalidade às custas de violações, perseguições e tortura.
O viés autoritário de seu governo é motivo de orgulho para o presidente salvadorenho, de 44 anos, que se define como “o ditador mais legal do mundo” e caiu nas graças de Donald Trump.
Foi para El Salvador que o governo americano deportou centenas de imigrantes rejeitados pelos EUA, incluindo cidadãos de outros países, como a Venezuela.
Bukele ressaltou o duplo status de capitã e médica de sua nova ministra da Educação e a necessidade de quebrar paradigmas.
O presidente também se opôs à comunidade LGBTQIA+ e à ideologia de gênero. “É antinatural, anti-Deus e antifamília”, afirmou. As informações são do G1