Por Redação O Sul | 31 de outubro de 2017
Uma greve da Aerolíneas Argentinas que começou na segunda-feira e se estenderia até à meia noite desta terça provocou o cancelamento de 380 voos e prejudicou 40 mil passageiros. Convocada por cinco sindicatos do setor aeronáutico, que exigem uma recomposição salarial, a paralisação provocou muita confusão nos aeroportos Jorge Newbery e Ezeiza, de Buenos Aires, e uma reação enérgica por parte do governo Mauricio Macri.
O presidente da companhia, nacionalizada durante os governos Kirchner, Mario Dell’Aqua, informou que a empresa está avaliando adotar medidas judiciais contra os grevistas e lembrou que pilotos da Aerolíneas ganham até US$ 14 mil mensais.
A greve deveria terminar à meia noite desta terça, mas os problemas poderiam continuar amanhã, já que muitas aeronaves não retornaram ao país.
“Não descartamos medidas judiciais… os argentinos não querem mais este tipo de ações. Me parece que tudo isso vai além de um simples aumento salarial “, declarou o presidente da Aerolíneas.
Na Casa Rosada, existe a sensação de que setores vinculados ao kirchnerismo estão por trás da paralisação. Há menos de duas semanas, o macrismo venceu as eleições legislativas, provocando um revés duríssimo para o peronismo e, especialmente, para a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015). Ela foi derrotada na província de Buenos Aires, principal distrito eleitoral do país. Cristina foi eleita senadora, mas ficou em segundo lugar — o que na Argentina significa uma derrota.
“O que estamos vendo neste momento não acontecia desde 1986”, disse Dell’Aqua. Segundo ele, “quando se diz ou você me dá isso ou quebro tudo não se pode negociar”. A companhia estima um prejuízo entre US$ 3 e US$ 5 milhões.
“O mais grave é a confiança perdida, a quantidade de passageiros aos quais deixamos de vender passagens”, lamentou o presidente da Aerolíneas.
Quem tinha voos marcados para esta terça-feira pode trocar data da viagem, trocar o destino e a data e também pedir a devolução integral do valor da passagem não usada (a solicitação deve ser no mesmo canal onde a passagem foi comprada). Todas essas mudanças podem ser feitas sem qualquer custo para o passageiro. Dell’Aqua classificou como “desagradável” a decisão da greve e admitiu que há passageiros que podem levar até uma semana para conseguir voos.
