Domingo, 04 de maio de 2025

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Em Moscou, população descarta guerra da Rússia com Ucrânia e reclama de “perseguição” pelo Ocidente

Compartilhe esta notícia:

Habitantes da cidade falam em "guerra de narrativas". (Foto: EBC)

Em um momento no qual boa parte do planeta concentra suas atenções sobre a crise envolvendo a Ucrânia, a população da capital russa Moscou mantém sua rotina. É o que sugerem entrevistas concedidas à imprensa pelos habitantes da cidade, que parecem não estar dando muita importância à hipótese de uma invasão das tropas de seu país à nação vizinha, distante 500 quilômetros dali.

Para muitos moscovitas, não há risco real de conflito e toda o clima de tensão dos últimos dias não passa de mera “batalha midiática”, “querra de narrativas” e “exagero dos Estados Unidos”. A ideia é de que há uma “perseguição do Ocidente” contra a Rússia.

A televisão de Moscou tem exibido trechos de reuniões do presidente Vladimir Putin que indicam uma posição dúbia – ora dando a entender que há um conflito iminente, ora sinalizando um possível recuo no cerco militar à Ucrânia.

Gerente de projetos em uma empresa de tecnologia, Lev Tkachenko, 30 anos, garante não sentir temor e que essa percepção é compartilhada entre seus conterrâneos:

“As pessoas não estão com medo. Quem é esclarecido entende a diferença entre realidade e propaganda. Pelo lado russo, a ideia de guerra é estúpida. A gente se alista no Exército apenas para proteger nossa terra, e esse não parece ser o caso. Acredito que há pessoas suficientemente sábias, em ambos os lados, para não deixar isso ir longe demais”.

A sensação de um conflito iminente parece mais viva nas capitais europeias e na norte-americana, Washington, do que em Moscou. E os cidadãos moscovitas têm conhecimento de causa. “Se houvesse uma preparação real para confronto bélico, receberíamos instruções, fronteiras seriam fechadas, esse tipo de coisa”, prossegue Tkachenko.

“Nada disso está acontecendo do lado russo”, acrescenta. “A mim, parece mais uma rodada de propaganda russofóbica. Os Estados Unidos sempre estiveram na linha-de-frente de todas as crises modernas, afinal essa é sua maneira de projetar influência. Claro que eles tentarão usar a crise ucraniana a seu favor para obter mais dinheiro no orçamento militar da Otan.

Estrangeiros

Já os estrangeiros acreditam que parte da descrença sobre o potencial risco de conflito tenha motivação cultural. O brasileiro Felipe Bernardes, 30 anos, mora e trabalha há quatro anos em Moscou como gerente de tecnologia de uma empresa. Segundo ele, esse sentimento deriva de uma tendência dos russos em tentar se manter distantes de assuntos de geopolítica, em uma espécie de sequela dos tempos de repressão política na União Soviética (1917-1991).

“O cidadão comum daqui não é muito engajado e geralmente não gosta muito de discutir política”, relata. “Vários assuntos desse tipo são considerados ‘baboseira’. E também existe certo sentimento geral de perseguição internacional contra a Rússia em situações como essa.”

Movimentação

Com temperaturas em torno de zero grau nesta segunda-feira (um dia ‘quente’ para o padrão russo de inverno, quando os termômetros chegam a marca 10 graus negativos), os habitantes de Moscou continuam suas atividades normalmente. Lojas e pontos turísticos mantém a mesma movimentação, bem como restaurantes – os televisores estão sintonizados na Olimpíada de Inverno de Pequim (China).

“A Rússia está absolutamente tranquila, sem qualquer sinal de que algo diferente esteja acontecendo”, conta a tradutora Maria Basova, 43 anos. “Nenhuma preparação para a guerra, nada. As pessoas trabalham, curtem a família, visitam museus. As fronteiras estão abertas e o que mais preocupa, agora, é a pandemia de coronavírus, devido aos inúmeros casos da variante ômicron e da grande quantidade de não vacinados.”

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Força-tarefa apreende quase uma tonelada de alimentos impróprios para consumo em Tramandaí
Ilhas Cook confirmam primeiro caso de coronavírus, dois anos após início da pandemia
https://www.osul.com.br/em-moscou-populacao-descarta-guerra-da-russia-com-ucrania-e-reclamam-de-perseguicao-pelo-ocidente/ Em Moscou, população descarta guerra da Rússia com Ucrânia e reclama de “perseguição” pelo Ocidente 2022-02-14
Deixe seu comentário
Pode te interessar