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Mundo Em plebiscito, Grécia diz não a condições impostas pela União Europeia

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Milhares de pessoas foram para frente do Parlamento grego em Atenas, após o referendo. (Foto: Aris Messinis/AFP)

Os gregos disseram ontem um sonoro “não” nas urnas a seus credores. O plebiscito convocado pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras para avaliar se a população concorda com as condições impostas pela UE (União Europeia) para liberação de ajuda financeira ao país teve uma resposta clara: mais de 60% da população se disse contrária às medidas de austeridade impostas pelo bloco econômico, rejeitando a proposta de socorro financeiro dos credores internacionais, no caso, FMI (Fundo Monetário Internacional), BCE (Banco Central Europeu) e o bloco europeu.

O placar amplo contrariou todas as pesquisas, inclusive as realizadas ontem e divulgadas após o fechamento das urnas que previam uma conquista apertada do “não”. A vitória apontou uma rejeição bem mais ampla do que a esperada às políticas da UE. As pesquisas feitas ontem apontavam um resultado dentro da margem de erro.

Zona do euro
Embora o plebiscito fizesse uma pergunta específica, por trás da negativa da população pode estar a chance de que, pela primeira vez, um país possa sair da zona do euro – uma situação que coloca pressão sobre o Eurogrupo, sobre a chanceler alemã Angela Merkel (que governa o país que direciona a maior parte da ajuda à Grécia) e ao FMI. Todos precisam decidir se o fluxo de dinheiro para o país seguirá aberto, apesar do que disseram as urnas. Na terça-feira, a Grécia se tornou a primeira nação desenvolvida a dar um calote ao FMI. O país deixou de pagar uma dívida de 1,6 bilhão de euros.

O governo grego tenta dar outra interpretação à situação. Para o premiê, com o aval popular, a Grécia terá mais força para negociar acordos melhores. O objetivo de Tsipras é que o país não precise cortar tantos custos e benefícios sociais em troca da ajuda que tanto precisa.

A rejeição da população grega ao acordo proposto pela UE tem razão de ser: nos últimos cinco anos a nação aceitou o plano de austeridade do bloco econômico, mas a economia do país recuou nada menos do que 24%. O desemprego entre os jovens é superior a 50%.

Segundo pesquisas de opinião divulgadas ao longo da semana, e também ontem, embora a maioria da população tenha votado “não” no referendo, cerca de 75% da população grega é contrária à saída do país da UE.

Vitória
O resultado é uma vitória considerável para Alexis Tsipras. Na última semana, ele fez uma ferrenha campanha para que os gregos dissessem não às regras do pacote de ajuda impostos pela UE. O objetivo do referendo, segundo ele, era conseguir condições mais favoráveis de negociação para que o bem-estar social grego não tenha de ser tão sacrificado.

“Quero agradecer a todos, independentemente de como votaram. Os gregos fizeram uma escolha corajosa que vai mudar o debate na Europa”, disse Tsipras em um discurso transmitido pela televisão. Ele afirmava que deixaria seu posto no governo caso o “sim” vencesse.

Quase 10 milhões de eleitores na Grécia estavam aptos a votar no plebiscito. Pela lei, o voto é obrigatório no país, mas na prática o texto não é aplicado há bastante tempo. O ministro do Interior grego, Nikos Voutsis, afirmou, em declaração à imprensa, que o governo considera o plebiscito um sucesso – com mais de 50% dos eleitores comparecendo às urnas. O ministro das Finanças, Iannis Varoufakis, disse que o resultado ajuda a Grécia a buscar uma solução mútua com a Comissão Europeia para seus problemas.

Avaliação
Os países europeus têm vários encontros e cúpulas previstos na próxima semana para analisar a situação e o futuro das negociações entre a Grécia e seus credores. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, agendou conversa para hoje por videoconferência com três dirigentes europeus: o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem; seu colega do Conselho Europeu, Donald Tusk; e o governador do BCE, Mario Draghi. Os secretários do Tesouro da zona do euro também se reunirão ainda hoje em Bruxelas, na Bélgica, no âmbito do Euroworking Group, organismo que prepara o encontro dos 19 ministros das Finanças da zona do euro, marcado para ocorrer no dia 13 deste mês. A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, marcaram agenda para hoje à tarde na sede da Presidência francesa, em Paris, para avaliar as consequências da decisão dos gregos.

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https://www.osul.com.br/em-plebiscito-grecia-diz-nao-a-condicoes-impostos-pela-uniao-europeia/ Em plebiscito, Grécia diz não a condições impostas pela União Europeia 2015-07-06
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