Sexta-feira, 13 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 4 de janeiro de 2022
O número de pessoas diagnosticadas com covid-19 nos últimos sete dias quase dobrou em relação à semana anterior, impulsionado pela disseminação da variante ômicron pelo planeta. Na América do Sul, onde os impactos da cepa começam a ser sentidos, os diagnósticos mais que dobraram. As mortes, por sua vez, continuam em queda, mais um indício de que a pandemia adentra uma fase menos letal.
A ômicron, mais contagiosa, foi responsável pela maioria dos 10,1 milhões de casos contabilizados entre 26 de dezembro e 2 de janeiro, contra 5,25 milhões na semana entre 19 e 25 de dezembro. O recorde semanal anterior de toda a pandemia, registrado no fim de abril do ano passado, era de 5,79 milhões, quase a metade do número atual.
O surto global levou ao cancelamento de dezenas de milhares de voos no fim de ano, ao fechamento de escritórios e a distúrbios nas cadeias de produção. Recorde de casos são vistos nos Estados Unidos — que sozinhos registram uma média recorde de 403 mil diagnósticos diários —, na França e na Austrália, dois anos após o novo coronavírus ser detectado e no primeiro aniversário das campanhas de vacinação.
Os países desenvolvidos e parte do mundo emergente realizam mais testes hoje do que em qualquer outro momento da pandemia, mais ainda assim a subnotificação não pode ser descartada.
Muitos hospitais e centros de testagem funcionam em esquema de plantão na semana entre o Natal e o Ano Novo, atrasando a notificação dos casos. Várias nações não dão conta da demanda de exames, e há um aumento da procura por testes caseiros, cuja notificação às autoridades não é obrigatória.
As mortes semanais, por sua vez, caíram de 45 mil para 42,5 mil nos últimos sete dias. Especialistas alertam que ainda é cedo para tirar conclusões precipitadas sobre a letalidade da cepa, porém as vidas perdidas diariamente para a covid-19 estão no seu menor patamar desde outubro de 2020.
O novo momento da pandemia também é diferente devido à vacinação avançada: os inoculantes protegem contra casos graves, e a injeção de reforço neutraliza o escape vacinal das duas doses originais.
América Latina
A África do Sul, primeiro país a detectar a ômicron, parece já ter passado do pico da sua quarta onda sem que as mortes crescessem em proporção similar: a média de vidas perdidas diariamente chegou a 66 no dia 26 de dezembro, uma fração das 419 registradas em julho de 2021. No continente africano como um todo, os casos continuam baixos.
No Reino Unido, notificam-se em média 192 mil casos por dia, mais que o triplo do pico de 59 mil infecções vistas no início do ano passado. O país vê hoje 142 mortes por dia, uma fração das 1,2 mil que registrava há quase um ano.
Nos EUA, apesar dos 400 mil casos diários, as mortes continuam na casa de 1,2 mil. A média de óbitos chegou a ultrapassar 3,4 mil em janeiro de 2020, quando se registravam cerca de 250 mil novas infecções por dia.
São sinais positivos para a América do Sul, que viu os casos aumentarem 176%: há sete dias, o subcontinente registrava 157 mil diagnósticos semanais, número que no domingo chegou a 434,5 mil. Isso apesar dos problemas do sistema informacional do Brasil, onde provavelmente há significativa subnotificação.
Quem move o aumento de casos na região é, em grande parte, a Argentina, que vê em média 33,5 mil casos diários — há um mês, o número era inferior a 1,9 mil. As mortes continuam estáveis, inferiores a 25 por dia e uma fração das 788 vidas perdidas diariamente no início de outubro de 2020.
Na Bolívia, eram diagnosticados quase 1,7 mil casos diários em 26 de dezembro, número que no domingo se aproximava de 5 mil. No Uruguai, os casos passaram de 417 para 1,1 mil no mesmo intervalo de tempo.