Domingo, 22 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 8 de julho de 2022
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a afirmar nesta sexta-feira (8), durante formatura de paraquedistas no Rio de Janeiro, que os militares são “os guardiões da Constituição” e que eles devem estar prontos para “defender a pátria contra os que querem arrastar o País para o obscurantismo”. “Vocês (militares) são os guardiões da nossa Constituição”, afirmou o presidente.
Ao lado de comandantes das Forças Armadas e ministros de Estado, Bolsonaro disse ainda que os militares devem estar “prontos para a missão de defender a pátria”. “Estamos prontos para defender a nossa pátria contra os que querem nos arrastar para o obscurantismo”, disse.
Na busca pela reeleição, Bolsonaro voltou a participar com frequência de formaturas e eventos militares, em um aceno para categoria.
Na manhã desta sexta-feira, o presidente participou de uma solenidade de entrega de espadins aos cadetes da Força Aérea Brasileira em Pirassununga, no interior de São Paulo. Ele disse que os militares têm o compromisso de se preparar para a possibilidade de agressões internas.
“Alguns vendilhões se associam a outros de fora para nos escravizar. Nós militares, todos, vocês jovens cadetes que receberam o espadim há pouco, nós todos fizemos um juramento, dar a vida por nossa pátria, se preciso for. E esse dar a vida não é por possíveis agressões de fora, em especial, por agressões internas”, disse.
Críticas a ministros
Bolsonaro também voltou a criticar ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a lançar dúvidas sobre o resultado das eleições de outubro. Segundo o chefe do Executivo, é “esquisito” que o presidente da Corte eleitoral, Edson Fachin, “já saiba” o resultado do pleito. Isso porque o magistrado afirmou, em evento nos Estados Unidos, que o País pode ter uma versão ainda mais grave da invasão ao Capitólio.
Ao comentar o assunto, Bolsonaro insinuou que Fachin teria cravado a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário. Nesse período de pré-campanha, o presidente tem lançado repetidos questionamentos quanto à lisura do processo eleitoral. Se, no ano passado, sua principal defesa foi pela adoção do voto impresso, neste, o centro de seus discursos sobre o pleito é a integridade do TSE na condução do processo.
“Se ele fala isso, é porque ele tem a certeza de que o candidato dele, que ele tirou da cadeia, vai ganhar. Como ele pode ter essa certeza? Não vou entrar em detalhes o que eu penso, mas lamento (Fachin) agir dessa maneira”, afirmou, lembrando que o petista voltou a ser elegível após decisão do magistrado no Supremo Tribunal Federal (STF), em 2021. As declarações foram feitas em transmissão ao vivo do presidente nas redes sociais.
Bolsonaro também criticou os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, vice-presidente e ex-presidente do TSE, respectivamente, por não terem comparecido ao Congresso para falar sobre “ativismo judicial”, a convite do senador Eduardo Girão (Podemos-CE).
Na prática, tratava-se de um convite meramente retórico, mas que funcionou como um “recado” do Congresso ao STF; parlamentares do Centrão prepararam, inclusive, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para anular decisões do Supremo. A justificativa apresentada foi justamente “ativismo judicial”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.