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Por Redação O Sul | 15 de setembro de 2018
Ao ser sabatinado pelos apresentadores do programa “Jornal Nacional” na última sexta-feira, o candidato do PT ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad, saiu em defesa do governo de sua correligionária, a presidente cassada Dilma Rousseff (2011-2016). Segundo ele, o desemprego e a crise econômica daquela gestão não foram culpa da petista, mas das “pautas-bomba” aprovadas no Congresso Nacional pelo MDB e pelo PSDB.
Desde que se tornou oficialmente o presidenciável do partido, na última terça-feira, Haddad tem sido comparado por adversários a Dilma na suposta condição de “poste” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
A defesa de Dilma representa uma mudança no discurso de Haddad, que até o ano passado era um dos principais críticos da presidente cassada, ao menos no âmbito do PT. Ao noticioso global, ele frisou que Dilma foi impedida por MDB e PSDB de fazer os ajustes necessários no início de seu segundo mandato, em 2014.
Complô
“As pautas-bomba e a sabotagem que ela sofreu, reconhecidas pelo presidente do PSDB, tiveram mais influência na crise do que os eventuais erros cometidos antes de 2014″, avaliou. “Tínhamos a menor taxa de desemprego em 2014. Aí começa o [deputado federal] Eduardo Cunha e o [senador] Aécio Neves a aprovar despesa em cima de despesa no Legislativo para sabotar um governo que precisava fazer um ajuste.”
O candidato petista se referiu a uma entrevista do ex-presidente do PSDB Tasso Jereissati em que disse que o partido errou ao votar “contra princípios básicos nossos, sobretudo na economia, só para ser contra o PT”. Haddad também defendeu Dilma em pergunta sobre o envolvimento da cúpula petista em investigações de desvios na Petrobras.
Antipetismo
Haddad também teve que responder sobre ter perdido a eleição no primeiro turno para João Doria (PSDB) no primeiro turno em 2016. Em sua avaliação, a culpa foi do sentimento antipetista que marcou a disputa daquele ano: “O eleitor foi induzido ao erro”.
Questionado sobre as denúncias contra ele próprio, réu em ação na qual é acusado de receber R$ 2,6 milhões em caixa 2 na eleição de 2012, Haddad lembrou que o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) instaurou procedimentos para investigar a possibilidade de ação política por parte dos promotores do caso.
Seguindo uma estratégia de tentar colar sua imagem à de Lula, Haddad abriu a entrevista com uma saudação. “Boa noite, telespectador. Boa noite, presidente Lula!”.