Quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de março de 2016
A polícia judiciária portuguesa cumpriu, na madrugada desta segunda-feira (21), em Lisboa, a 25ª fase da Operação Lava-Jato. O operador financeiro Raul Schmidt Felippe Junior, que estava foragido desde julho de 2015, foi preso preventivamente. Essa foi a primeira ação internacional realizada pela Lava-Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras.
O MPF (Ministério Público Federal) informou que ele foi preso em um apartamento que fica em uma área nobre da cidade. As investigações apontam que o imóvel está avaliado em cerca de 3 milhões de euros. De acordo com a Polícia Federal do Paraná, Schmidt permanecerá preso em Portugal enquanto é analisada a possibilidade de extradição. O compartilhamento de provas colhidas auxiliarão nos trabalhos desenvolvidos pela equipe da Lava-Jato no Brasil.
Schmidt é tido como sócio de Jorge Luiz Zelada, que está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, no Paraná. As investigações apontam que Schmidt é suspeito de envolvimento em pagamentos de propinas a Zelada, Renato Duque e Nestor Cerveró. Os dois últimos também estão presos no Paraná.
Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão envolvendo o investigado. Além de atuar como operador financeiro no pagamento de propinas, Schmidt aparece como preposto de empresas internacionais na obtenção de contratos de exploração de plataformas da estatal, de acordo com o MPF.
Primeira operação internacional
A deflagração da operação foi um trabalho conjunto entre Portugal e Brasil, sendo que o cumprimento das medidas foi feito pela polícia judiciária portuguesa e pelo Ministério Público português. Autoridades brasileiras acompanharam as diligências. Cumpridas as medidas cautelares, o Brasil dará início ao processo de extradição.
Schmidt é brasileiro e também possui nacionalidade portuguesa. Ainda segundo o MPF, ele vivia em Londres (Inglaterra), onde mantinha uma galeria de arte, e se mudou para Portugal após o início da operação, em virtude da dupla nacionalidade. O nome dele já tinha sido incluído no alerta de difusão da Interpol em outubro do ano passado, segundo o MPF. (AG)