Terça-feira, 11 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de março de 2016
Em depoimento à PF (Polícia Federal), a mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, admite ter recebido pagamentos em conta no exterior via caixa dois. Segundo investigação da Operação Lava-Jato, o casal recebeu 7,5 milhões de dólares ilegalmente. Ela justificou que os repasses, vindos da Odebrecht e do lobista Zwi Skornicki, são referentes a campanhas de Santana na Venezuela, no Panamá e em Angola. A empreiteira, cujo dono, Marcelo Odebrecht, está preso desde junho, é responsável por mais de 40 obras nos três países.
Poucas empresas privadas tiveram relação tão intensa com o governo chavista como a Odebrecht. Em 2008, o então presidente Hugo Chávez chegou a contrariar publicamente seu colega e aliado equatoriano, Rafael Correa, que andava às voltas com a empreiteira brasileira por suposta negligência na construção de uma represa. Hoje, porém, a parceria se tornou sinônimo de abandono e dívidas bilionárias.
No Panamá, em 12 anos, a Odebrecht participou de 17 obras públicas e se tornou a maior construtora do país, que, por sua vez, é a terceira maior operação da Odebrecht na América Latina.
O elo entre Odebrecht e Angola é um caso raro de um Estado que tem uma dívida política com uma companhia privada. A construtora brasileira foi uma das poucas empresas a se manter fiel ao governo angolano durante a guerra civil, que durou de 1975 até 2002. (AE)