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Política Empresário que negociou a vacina Covaxin por valor 1.000% maior tem histórico de investigações

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A partir de agora, investigações contra o ex-presidente devem tramitar na primeira instância. (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

No centro das apurações sobre o processo de aquisição das vacinas indianas Covaxin pelo governo Jair Bolsonaro, o empresário Francisco Emerson Maximiano atua no setor farmacêutico há mais de uma década. Nome tido como próximo do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), ele é dono de empresas que tiveram contratos contestados por órgãos de investigação em gestões do MDB e do PT, além de uma série de processos judiciais de cobranças de dívidas.

Maximiano era esperado nesta quarta-feira (23), na CPI da Covid, mas sua defesa alegou que ele não poderia prestar depoimento porque está em quarentena após voltar de uma viagem à Índia.

Uma das empresas de Maximiano é a Precisa, que em janeiro deste ano havia se tornado a única representante no País da Bharat Biotech, fabricante indiana da Covaxin. Na ocasião, o empresário brasileiro viu grande oportunidade de negócios e, de posse do contrato de representação, procurou a Associação Brasileira de Clínicas de Vacina (ABCVAC) e convidou a entidade para integrar uma comitiva ao país asiático.

O trunfo de Maximiano, segundo um integrante da associação, era o fato de a Bharat se apresentar como única empresa no mundo disposta a vender vacinas para o setor privado – embora ela tivesse dito, no comunicado, que a preferência seria a venda para o governo federal.

Os termos da aproximação entre a Precisa e a Bharat ainda não são claros para a CPI. A reunião que selou a parceria teve presença, virtual, do embaixador do Brasil na Índia, André Aranha Corrêa do Lago, segundo informações do fabricante indiano.

A Precisa é uma empresa que Maximiano adquiriu em 2014, vendida pela Orizon – empresa do grupo Bradesco. Desde 2012, ele era sócio de outra companhia do setor, a Global Gestão em Saúde. Atualmente, além das duas empresas, ele é sócio de outras nove companhias, sendo quatro do ramo da saúde.

A Global já teve contratos com o governo federal, conforme o Estadão publicou em fevereiro. Enquanto Ricardo Barros era ministro da Saúde, a empresa vendeu, mas não entregou, remédios de alto custo ao ministério, um prejuízo estimado em R$ 20 milhões aos cofres públicos. O Ministério Público Federal move uma ação contra a empresa e, contando os danos coletivos, cobra R$ 119 milhões da Global na Justiça.

Em março, a revista Veja publicou que a empresa também havia sido multada em R$ 2,3 milhões pela Petrobras por não cumprir contrato de fornecimento de medicamentos para funcionários da estatal. O contrato havia sido assinado em 2015, durante o governo Dilma Rousseff (PT). O contrato havia sido encerrado no mesmo ano, após constatação de fraudes na execução do acordo.

A própria Precisa também já era investigada pelo Ministério Público Federal antes de obter o contrato com a Bharat. Ela é um dos alvos da operação Falso Negativo, que desde o ano passado apura a venda de testes rápidos contra a covid-19 com valores superfaturados e qualidade inferior ao recomendado na gestão de Ibaneis Rocha (MDB). O contrato foi de R$ 20 milhões.

Débitos

Em São Paulo, Maximiano e suas empresas são alvo de ações de cobrança por atraso no pagamento de impostos e dívidas trabalhistas. Em uma das companhias, a Interfarmácia, ele é cobrado por antigos sócios que alegam que tiveram de assumir dívidas trabalhistas que ele deixou de arcar, segundo processo no Tribunal de Justiça.

Ele também chegou a ser acionado por não pagamento do aluguel de uma cobertura, no bairro do Campo Belo, que contratou em parceria de um empresário e da modelo Marthina Brandt, Miss Brasil de 2015.

O empresário, entretanto, tem um padrão low profile. Não há fotos dele nas redes sociais e mesmo agentes do mercado e do setor farmacêutico o desconheciam antes do contrato com a Bharat.

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