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Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2018
Grupos de empresários do agronegócio no Brasil estão estudando as possibilidades comerciais da plantação de maconha depois que o Estado do Piauí liberou a produção do óleo do canabidiol, uma das substâncias presentes na planta e que é usada para o tratamento de convulsões. Advogados de São Paulo já foram contratados para verificar os trâmites legais do negócio.
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), autorizou, no final do ano passado, a produção, no Estado, de óleo de canabidiol, uma das substâncias presentes na maconha.
O trabalho será desenvolvido por uma parceria entre a UFPI (Universidade Federal do Piauí), a Uespi (Universidade Estadual do Piauí), a Fapepi (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí), a Sesapi (Secretaria Estadual de Saúde) e o Ceir (Centro Integrado de Reabilitação).
“O Piauí é o primeiro a produzir em nível governamental. Existe um começo de produção em uma universidade no Rio de Janeiro e outro trabalho de pesquisa na Paraíba, que a gente usou como base para a implantação do trabalho de pesquisa aqui”, disse o neurologista e superintendente executivo do CEIR, Francisco Alencar.
“A universidade federal vai fazer a produção, o nível de qualidade [será atestado] pela universidade estadual, e a aplicação pelo CEIR, com o gerenciamento da Secretaria de Saúde e da Fapepi”, completou.
Atualmente, há no Piauí 21 pacientes que recebem o óleo de canabidiol por meio de decisões judiciais. Para que o extrato possa ser produzido no estado – e, assim, não exista a necessidade de importar o óleo da Califórnia (EUA) e de Israel -, é previsto um investimento de R$ 1 milhão.
De acordo com Francisco Guedes, presidente da Fapepi, a matéria-prima será comprada da UFPB (Universidade Federal da Paraíba).
“Vamos comprar [a maconha] da universidade, que já está produzindo, com nota fiscal, a quantidade certa para produção com todos os cuidados necessários, inclusive com câmeras”, afirmou Guedes. Segundo ele, o cultivo pela UFPB foi liberado para pesquisa científica, com autorização do comitê de ética responsável.
As pesquisas com o canabidiol começaram no primeiro semestre de 2017, voltadas para o tratamento de pacientes que sofrem com convulsões e epilepsia.
“Não precisa de autorização da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], a não ser que haja uma produção mais ampla”, completou Francisco Guedes, da Fapepi.