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Mundo Empresas de tecnologia lançam recursos para combater o uso excessivo do celular

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Vício em tecnologia está ligado a transtornos como ansiedade ou depressão. (Foto: Reprodução)

Na próxima quarta-feira, a atenção de milhões de pessoas estará voltada para os novos modelos de iPhones que a Apple deve anunciar. Pouco se sabe sobre os aparelhos. Uma certeza, porém, é de que eles chegarão ao mercado cheios de funções que incentivam o usuário a ficar menos tempo na frente do celular – como anunciado pela empresa em maio. A Apple não é a única gigante do setor a pensar no uso consciente dos aparelhos pelos consumidores. Nos últimos meses, Google, Facebook e Twitter anunciaram funções similares, buscando endereçar um problema cada vez mais presente: o uso excessivo de tecnologia.

É uma questão global: em uma pesquisa feita pelo instituto Ipsos no Brasil, EUA, França e Índia, 33% dos participantes disseram já ter priorizado o celular em vez de passar tempo com amigos ou família. No Brasil, esse porcentual é de 36%. Além disso, é considerável o número de pessoas que tem uma relação conflituosa com seus dispositivos. O Dependência de Internet, centro de tratamento do Hospital das Clínicas, da USP (Universidade de São Paulo), recebe em média quatro pedidos de ajuda por dia.

Debate

Na comunidade médica, ainda não há consenso se a dependência de smartphones ou de internet pode ser considerada uma doença propriamente dita – não há definição sobre o tema na OMS (Organização Mundial da Saúde), por exemplo. Pioneira em estudos sobre o tema, a psicóloga americana Kimberly Young defende a classificação como transtorno.

“A partir do momento que alguém perde o controle, isso não pode ser mais considerado normal”, diz.

Já a psicóloga Anna Lucia King, do Instituto Delete, ligado à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), alega que há muita confusão no debate. “A maioria das pessoas que nos pedem ajuda acha que são viciadas. Depois da nossa avaliação, elas percebem que é só mau uso da internet”, diz.

Segundo a pesquisadora, cujo centro já recebeu mais de mil pacientes nos últimos cinco anos, o vício em tecnologia está ligado a outros transtornos, como ansiedade ou depressão. “Em casos patológicos, a tecnologia é usada para descarregar um componente que já existe na personalidade.”

Para quem tem dúvidas se precisa procurar ajuda, o Hospital das Clínicas da USP coloca à disposição um questionário com oito tópicos. Se houver pelo menos seis respostas positivas, é bom ir atrás de um especialista.

Confira os tópicos: 1. Você se preocupa demais com a internet? 2. Precisa aumentar seu tempo conectado para ter a mesma satisfação? 3. Você tenta várias vezes diminuir o tempo de uso na internet? 4. Você permanece conectado mais tempo do que o programado? 5. Fica irritado ou deprimido quando não consegue se conectar? 6. Quando o uso da internet é restringido, tem variações de humor? 7. Já colocou trabalho ou relações familiares/ sociais em risco pelo uso excessivo? 8. Já mentiu aos outros sobre quanto tempo ficou online?

Em casos mais graves, os pacientes também podem ser encaminhados para sessões com psiquiatras ou medicação.

Inevitável

Apesar de poder ser prejudicial, a utilização de smartphones ou da internet é um hábito quase incontornável no dia a dia.

Agora, a abordagem das empresas de tecnologia busca promover o uso consciente de suas plataformas – nas próximas versões do Android e do iOS, respectivamente, Google e Apple permitirão que os usuários saibam quanto tempo gastaram no celular por dia ou quantas vezes a tela foi desbloqueada. Será possível ainda silenciar ou reduzir o fluxo de notificações, que causam distração constante, e até mesmo impor limites no tempo de uso. “Não queremos necessariamente que as pessoas usem menos o celular, mas que elas usem de forma mais consciente”, diz Flavio Ferreira, diretor de parcerias do Android para a América Latina.

Pensar no bem estar é também uma estratégia de negócios: afinal, suas receitas estão ligadas ao engajamento dos usuários com os celulares. “Se as pessoas não estiverem bem, as plataformas não conseguem reverter acessos em, por exemplo, compras para seus anunciantes”, diz o professor Edney Souza, da ESPM.

Para especialistas, a proposta das gigantes serve como alerta. “As iniciativas das empresas são ótimas, mas não resolvem o problema”, diz o psicólogo Cristiano Nabuco, do Hospital das Clínicas. “Em casos graves, não há como fugir do tratamento”.

tags: tecnologia

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