A ideia, que sofria resistência por parte da equipe do presidente Jair Bolsonaro até recentemente, agora conta com a sua simpatia. Segundo ele, a iniciativa “ajudaria em muito a economia”.
Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 27 de janeiro de 2021
Não são só os governos pelo mundo que têm pressa para obter as vacinas contra o novo coronavírus. Grandes corporações multinacionais consideram a possibilidade de comprar imunizantes diretamente dos fabricantes para vacinar seus funcionários. O argumento seria o de acelerar o processo e desonerar as contas públicas. Esta é uma ideia que começa a ser propagada pelos circuitos fechados da Agenda Davos 2021 — como tem sido chamado o Fórum Econômico Mundial, que este ano, por conta da pandemia, está sendo virtual.
O CEO do grupo Deustsche Post DHL, Frank Appel, admitiu que as grandes empresas têm orçamento e estariam felizes de investir na vacinação de seus quadros. A companhia que atua em 220 países e tem 575 mil trabalhadores poderia dar a sua contribuição, o que não chega a ser significativo no contexto global. No entanto, segundo ele, se as 500 maiores multinacionais puderem comprar vacinas com seu próprio dinheiro, “isso seria um passo significativo na direção correta”.
“Isso deve ser considerado. Não agora, porque não devemos desviar o foco dos volumes que vão para os governos. Mas em algum momento em 2021, ou no ano que vem, quando haverá mais doses disponíveis”, disse.
Doses acima do necessário
No mesmo painel, Seth Berkeley, CEO do Gavi, Aliança Global para Vacinas e Imunização, grupo do qual o Brasil faz parte desde setembro de 2018, afirmou que muitos governos resolveram apostar em um leque de vacinas distintas a partir de acordos bilaterais. Por esta razão, segundo ele, já há mais de 800 milhões de doses compradas acima do necessário.
Isso significa que existe um grande potencial de vacinas que pode ser doado ao grupo, ou ainda adquirido pelo Gavi, que pretende distribuir dois bilhões de doses ainda este ano. A previsão é de entregar cerca de 500 milhões até o segundo trimestre (sendo 150 milhões ainda nos primeiros três meses do ano), e 1,5 bilhão ao longo da segunda metade do ano.
Brasil contatado
A ideia, que sofria resistência por parte da equipe do presidente Jair Bolsonaro até recentemente, agora conta com a sua simpatia. Segundo ele, a iniciativa “ajudaria em muito a economia”.