Sábado, 11 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 27 de dezembro de 2015
O MEC (Ministério da Educação) anunciou que a aplicação do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) será digital e anual, para todas as instituições e cursos. Concluintes da área da saúde, que serão avaliados em 2016, poderão fazer a prova on-line, em uma espécie de projeto-piloto.
Atualmente a prova é realizada a cada ano por “blocos” específicos de cursos, que acabam se repetindo de três em três anos. Em 2014, participaram formandos das áreas de ciências exatas, licenciaturas e afins, como arquitetura, engenharias, história e pedagogia.
O MEC também prevê que, quando todos os cursos forem contemplados com o novo sistema, a nota do aluno na prova seja incluída no histórico escolar – algo que pode alterar sua média final – e considerada um dos quesitos de admissão em cursos de especialização, de mestrado e de doutorado. O objetivo é diminuir os índices de abstenção. No ano passado, por exemplo, dos 481,7 mil concluintes de 9.963 cursos examinados, mais de 84 mil não compareceram.
“Diferentemente do Enem, em que é a vida do aluno que está em jogo – ele pula o muro, chora se chega atrasado -, no Enade é a qualidade da instituição. O estudante já está com a cabeça no mercado de trabalho e não se interessa em prestar o exame”, disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
O método de calcular o conceito do Enade também sofrerá mudanças. Serão levados em conta aspectos como a trajetória acadêmica do aluno, a titulação dos docentes e as taxas de desistência. O Enade 2014 apontou que os estudantes que concluíram a graduação são, em maioria, brancos, solteiros, moram com a família e dedicam, para além da grade curricular do curso, de uma a três horas de estudo por semana. Do total de graduandos, 35% são os primeiros da família a chegar ao ensino superior, 64% trabalham regularmente e 47% têm renda familiar entre 1,5 e 4,5 salários mínimos. Nos cursos privados, 47% usufruem de bolsa de estudos.
A realização anual da prova deve também conter manobras de universidades particulares para obter notas maiores na avaliação Em anos anteriores, universidades foram acusadas de selecionar apenas os melhores alunos para fazer o Enade e “esconder” aqueles que têm desempenho mais baixo.
Para Solon Caldas, diretor da Abmes (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior), as mudanças devem corrigir as distorções da prova. “Com a prova anual e integrando o histórico escolar, todo aluno terá de fazer a prova e, com certeza, ficará mais motivado. (AE)