Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 7 de maio de 2025
No entanto, esse é o maior porcentual desde agosto de 2024
Foto: EBCO endividamento das famílias brasileiras em abril avançou pelo terceiro mês consecutivo, para 77,6% – ainda abaixo do resultado do ano passado, quando atingiu 78,5%.
No entanto, esse é o maior porcentual desde agosto de 2024, informou a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), divulgada nesta quarta-feira (7) pela CNC (Confederação Nacional do Comércio).
Apesar desse aumento, o mês de abril continuou apresentando melhora da percepção do endividamento, com a queda do porcentual de pessoas que se consideram “muito endividadas”, indo para 15,4%, contra 16% no mês anterior.
A diferença foi principalmente para os “pouco endividados”, resultado favorável para o mês, com aumento da categoria de 30,4% em março para 32,4% em abril. “Importante considerar que essa é uma percepção individual das famílias, captada pela pesquisa, ou seja, representa o que cada consumidor considera muito ou pouco em termos de endividamento”, explicou a CNC.
Ao contrário do que ocorreu em março, em abril o maior endividamento foi acompanhado por uma alta do porcentual de inadimplência, que atingiu 29,1%, mesmo nível encontrado em janeiro deste ano e superior ao de abril de 2024.
Acompanhando esse movimento, o porcentual de famílias que não terão condições de pagar as dívidas em atraso interrompeu sua tendência de queda de três meses e avançou para 12,4%, também acima do resultado de abril de 2024.
“Além de terem menos condições de pagar as contas atrasadas, os consumidores estão ficando mais tempo com suas dívidas atrasadas.” “O porcentual de famílias inadimplentes por mais de 90 dias também interrompeu a tendência de redução, permanecendo em 47,6%, enquanto o aumento ocorreu principalmente no período entre 30 e 90 dias”, informou a confederação.
Outro quesito preocupante este mês, segundo a CNC, foi a redução dos prazos para arcar com as contas. Tanto que o porcentual de famílias comprometidas com dívidas por mais de um ano continuou em queda pelo quarto mês, alcançando 33,4%, o menor porcentual desde junho de 2024 (32,8%).
Enquanto houve aumento do comprometimento entre três meses e um ano, mostrando que o endividamento está sendo cada vez mais de curto e médio prazos. No entanto, um fator favorável do mês é que o porcentual dos consumidores que têm mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas apresentou redução, atingindo 20,5% e retomando o nível de fevereiro.
Contudo, o percentual médio de comprometimento da renda com dívidas acelerou para 30% em abril, com a maior parte das famílias (55,4%) possuindo entre 11% e 50% da renda comprometida.
“Projeções da CNC mostram que o endividamento deve continuar aumentando ao longo deste ano. Contudo, uma expectativa de aumento também da inadimplência deve arrefecer esse movimento e gerar cuidado ao longo de 2025.”