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Por Redação O Sul | 25 de setembro de 2016
Havia 15 anos que Smith, um homem de meia-idade, morador de Lancashire, na Inglaterra, tinha sido operado para tratar uma complicação no intestino. Os cirurgiões concluíram o trabalho com uma ligação, por pontos, de 20 centímetros de comprimento.
Com o tempo, porém, ele passou a sentir dores. Em 2011, voltou ao hospital onde havia sido operado após notar alguns caroços sob a pele. Foi quando os médicos se deram conta de que os pontos internos não haviam sido retirados.
Como os especialistas não previam nenhum perigo à sua saúde naquele momento, o engenheiro britânico Graham Smith continuou tocando a vida até começar a sofrer demais com a dor. Cansado, segundo relata, de esperar por uma consulta no hospital, o paciente decidiu retirar ele mesmo o que causava “aquela dor tão insuportável”.
Instrumentos improvisados.
Valendo-se de seus conhecimentos de engenheiro, Smith usou instrumentos de titânio cedidos por um amigo dentista. “Tive que adaptá-los para poder desfazer os pontos do que chamam de nó cirúrgico”, conta.
“Era um pequeno pedaço de náilon saliente no abdômen. Media só oito centímetros e incluía 12 nós bastante apertados”, acrescenta. “Não podia cortá-lo diretamente, pois isso poderia me causar um problema muito sério. Tive de desfazer os nós, um a um”, completa. Smith reforça que isso não poderia ter sido feito sem a ajuda de instrumentos adequados. “Sou um novo homem. Durante 15 anos vivi encurvado e agora estou ótimo.”
Procedimento desaconselhado.
Embora essa história pareça ter um final feliz, a principal associação de cirurgiões da Grã-Bretanha, o Royal College of Surgeon, “desaconselha totalmente” as auto-operações.
“Trata-se de praticar uma autocirurgia sem ter formação cirúrgica. Há uma grande probabilidade de que o procedimento dê errado ou de que danifique outra parte do corpo”, destaca o órgão. “E existe também o risco de provocar uma grave infecção”, completa.