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Mundo Enquanto a maior parte do mundo ainda luta com a pandemia, a China está mostrando novamente que uma rápida recuperação econômica é possível

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A segunda maior economia do mundo surpreendeu especialistas com a velocidade da sua recuperação. (Foto: Divulgação)

Após implementar uma bem-sucedida estratégia de controle da covid-19, a China viu sua economia crescer 4,9% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados foram divulgados pelo Departamento Nacional de Estatísticas.

Embora tenha ficado levemente abaixo dos 5,2% estimados por especialistas, o resultado superou a alta de 3,2% registrada no trimestre anterior, mostrando que é possível crescer enquanto o mundo ainda enfrenta a pandemia do coronavírus. A China deve ser a única grande economia a registrar expansão neste ano.

Segundo cálculos da Bloomberg, feitos com base em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o peso da China no crescimento global deve passar de 26,8% em 2021 para 27,7% em 2025 — contra 27,9% de todas as outras economias somadas.

O desempenho do PIB chinês fez os mercados de ações de Xangai, Shenzhen e Hong Kong registrarem alta no início do pregão de segunda-feira (19). Ao longo das negociações, no entanto, com exceção de Hong Kong, as ações na China reverteram seus ganhos para fechar em baixa, pressionadas por empresas industriais e de saúde.

Já no caso brasileiro, mesmo com um percentual abaixo do projetado pelo mercado, o crescimento chinês é bem visto e os economistas destacam que a recuperação chinesa tende a ajuda o Brasil a atravessar a crise da covid-19.

“A China tem se firmado como o principal parceiro comercial do Brasil. Conforme ela cresce, ela demanda cada vez mais minério de ferro e soja, duas das principais commodities das exportações brasileiras”, avalia Paulo Dutra, coordenador de Economia da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap).

O economista acrescenta que o escoamento da produção para a China é importante, dado que a demanda brasileira segue frágil:

“A produção brasileira segue elevada, mas não tem como escoar internamente, porque a demanda segue fraca por conta dos efeitos da pandemia. Essa demanda vem da China, por isso a importância deste parceiro comercial, ainda mais neste momento de covid-19.”

Sobre a estratégia chinesa de fazer lockdown (confinamento total) e testagens em massa, Dutra avalia que a medida foi positiva, embora faça ressalvas.

“O sistema político da China é bem diferente do brasileiro, o que facilitou uma toada mais rígida de testagens e lockdown. De toda forma, a estratégia de conter a doença é acertada. Países com regimes mais parecidos ao Brasil, como Alemanha e Nova Zelândia, apostaram em medidas mais rígidas e tiveram resultados mais positivos no combate à doença.”

Comércio e indústria

Alguns números reforçam a ideia de recuperação chinesa está no caminho certo. Tanto as vendas no varejo quanto a produção industrial ganharam impulso em setembro.

A produção industrial no país cresceu 6,9% em setembro, em relação ao mesmo mês de 2019, no sexto mês consecutivo de recuperação. Nesse caso, os analistas previam uma expansão menor, 5,8%.

Da mesma forma, as vendas ao consumidor subiram 3,3%, quase o dobro do 1,8% previsto por analistas e mais de seis vezes o crescimento de 0,5% de agosto.

“A economia chinesa permanece resiliente com grande potencial. A recuperação contínua é esperada, o que beneficiará a recuperação global”, disse Yi Gang, governador do Banco do Povo da China, durante um seminário on-line organizado pelo Grupo dos 30 (G30), organização privada e sem fins lucrativos que reúne acadêmicos e ex-ministros de Finanças de várias partes do mundo.

Gang disse esperar que a economia da China cresça cerca de 2% este ano.

A China é o primeiro país a relatar um crescimento que ultrapassa significativamente o nível em que estava no ano passado. Os Estados Unidos e outras nações também devem relatar um aumento no terceiro trimestre, mas ainda estão atrás ou apenas alcançando os níveis pré-pandêmicos.

Nos primeiros nove meses do ano, o PIB chinês cresceu 0,7% em relação a igual período de 2019. O governo chinês vem adotando uma série de medidas para reativar a economia atingida pela pandemia e manter os níveis de emprego. Entre elas estão mais gastos públicos, alívio tributário e regras mais brandas para a concessão de empréstimos pelos bancos.

A recuperação econômica da China ajuda a sustentar uma economia global que enfrenta sua pior crise desde a Grande Depressão, nos anos 1930.

A liderança da China pode aumentar ainda mais nos próximos meses. Quase não há transmissão local do vírus agora, enquanto os Estados Unidos e a Europa enfrentam outra onda acelerada de casos.

Como a maior parte do mundo ainda luta contra a pandemia do coronavírus, China está mostrando mais uma vez que uma recuperação econômica rápida é possível quando o vírus é controlado com firmeza.

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