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Brasil Enquanto o porta-voz da Presidência adota uma postura apaziguadora, as postagens nas contas de Bolsonaro seguem o mesmo tom belicoso do período da campanha

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Presidente garante que projeto de aposentadoria tem objetivo de 'dividir benefícios e sacrifícios igualmente' nos escalões das Forças Armadas. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

Em pouco mais de dois meses, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) consumiu parte de seu capital político para pacificar as divergências entre as duas principais forças de seu governo, que promoveram sucessivas crises e ofuscaram a viabilidade de uma agenda positiva. Em uma ponta está uma ala mais pragmática, composta por militares e técnicos, que prega uma postura mais próxima ao “soft power”. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Na outra, o grupo ideológico capitaneado por seus filhos Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e por seguidores do escritor Olavo de Carvalho.

Em meio à divergência de opiniões, ações consideradas importantes e até promessas de campanha têm sido colocadas em segundo plano – e algumas medidas relevantes perdem espaço no noticiário, sufocadas pelas crises.

A comunicação do governo é o exemplo mais evidente dessa divergência. As redes sociais do presidente, em especial o Twitter, destoam do tom dos comunicados oficiais do Palácio do Planalto.

Enquanto o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, adota uma postura apaziguadora nos pronunciamentos diários à imprensa, as postagens nas contas de Bolsonaro seguem o mesmo tom belicoso do período da campanha.

As diferenças se devem ao fato de o gabinete pessoal do presidente hoje ser controlado pelo grupo ideológico, que cuida das redes, enquanto a estrutura oficial de comunicação com a imprensa é comandada pelos militares.

Responsável pela estratégia de uso das redes sociais do pai, o vereador Carlos Bolsonaro blindou as contas oficiais do presidente. Ele emplacou seu ex-funcionário Tercio Arnaud na assessoria especial da Presidência e Floriano Amorim na chefia da Secretaria de Comunicação Social.

Também é frequente a presença de seu primo e amigo Leonardo de Jesus, o Leo Índio, que não tem cargo, no 3º e 4º andares do Planalto.

As postagens feitas por Bolsonaro durante o Carnaval – que incluíram um vídeo obsceno e um termo usado para um fetiche sexual – exaltaram as divergências de opinião dos grupos e criaram no presidente a consciência de que é necessário fazer ajustes.

Após repercussões negativas, ele foi convencido por militares a divulgar uma nota amenizando o tom de crítica ao Carnaval.

Auxiliares alertaram o presidente que esse tipo de acontecimento gera desgaste e pode colocar a perder seu capital político e popularidade de início de governo, necessários para aprovação de medidas prioritárias, como a reforma da Previdência.

O episódio foi detectado pelo monitoramento como desencadeador de desmobilização de apoiadores de Bolsonaro nas redes. Foi a segunda vez que isso foi percebido.

A primeira se deu em fevereiro, quando o presidente usou o Twitter para chamar o então ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, de mentiroso – ele caiu após passar por cinco dias de fritura pública depois da revelação pela Folha do envolvimento dele com um esquema de candidaturas de laranjas do PSL.

Os embates entre “ideológicos” e “pragmáticos” foram percebidos também em outras áreas, como no Ministério de Relações Exteriores, na Educação e na Justiça.

As indicações de alguns embaixadores ainda não saíram por falta de consenso.

Além disso, a promessa de campanha de Bolsonaro de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém é um exemplo de assunto postergado. O núcleo ideológico apoia a bandeira da bancada evangélica e convenceu o presidente a defender a mudança. A reação do setor produtivo foi a pior possível.

Com a possibilidade de o Brasil sofrer retaliações econômicas do mundo árabe na importação de proteína animal, o grupo moderado iniciou uma articulação para que o presidente desistisse da ideia.

O movimento foi costurado pelo vice-presidente, general Hamilton Mourão, que se aproximou de diplomatas do Oriente Médio, e pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, próxima dos produtores agropecuários.

Para enfraquecer a proposta, Mourão fez declarações públicas reafirmando que a mudança não estava decidida, apesar de Bolsonaro ter sido enfático de que ela ocorreria. Sob pressão, o presidente decidiu colocá-la em banho-maria e só tomar decisão após as eleições em Israel, marcadas para abril.

Em conversas recentes, relatadas à Folha, Bolsonaro tem dito que mudou de ideia em relação ao discurso da campanha e que receia os impactos econômicos. Para não desagradar a bancada evangélica, uma de suas bases de sustentação no Poder Legislativo, a ideia é que ele “leve o assunto com a barriga”, como definiu um assessor presidencial.

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