Quinta-feira, 25 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de setembro de 2025
Promotores de Utah, nos Estados Unidos, acusaram formalmente Tyler Robinson, suspeito de ter matado o influenciador trumpista Charlie Kirk, de homicídio qualificado e afirmaram na terça (16) que pretendem buscar a pena de morte, caso ele seja condenado.
O estudante de 22 anos foi acusado de homicídio qualificado e outros seis crimes, incluindo obstrução da Justiça e intimidação de testemunha. Veja abaixo um panorama sobre o uso da pena capital nos Estados Unidos e em Utah.
– Por que os promotores estão buscando a pena de morte? Tyler Robinson, 22, foi acusado de assassinar Kirk enquanto o influenciador discursava em um evento ao ar livre na Universidade do Vale de Utah, em Orem.
O promotor afirmou que Robinson foi acusado de homicídio qualificado porque colocou outras pessoas em grande risco de morte, teve como alvo Kirk por seu posicionamento político e sabia que menores de 18 anos testemunhariam o homicídio.
O promotor disse que buscará a pena de morte. Se um júri considerar Robinson culpado, sua defesa poderia apresentar fatores atenuantes para argumentar contra a sentença, como traumas de infância ou problemas de saúde mental.
Nos EUA, os júris impõem a pena morte geralmente em uma fase separada do julgamento após um réu ser condenado. A decisão do júris deve ser unânime, exceto na Flórida, onde 8 de 12 jurados devem concordar com a pena de morte, e no Alabama, onde a decisão deve ser apoiada por 10 de 12 jurados.
– Com que frequência Utah usa a pena de morte? A Suprema Corte dos EUA permitiu, em 1976, que as execuções fossem retomadas após uma moratória nacional ter sido brevemente implementada. No ano seguinte, Utah executou Gary Gilmore por pelotão de fuzilamento por dois assassinatos.
O estado realizou sete execuções desde então. Este número está abaixo da media dos 34 estados que usaram a pena de morte em algum momento desde a decisão da Suprema Corte, de acordo com o Centro de Informações sobre Pena de Morte.
A organização disse que o Texas executou 595 prisioneiros no mesmo período, o maior número no país. A pena capital é atualmente permitida em 27 estados.
Utah tem uma das menores índices de condenados no corredor da morte, com oito detentos. A Califórnia tem a maior, com 585. Oregon e Wyoming, que estão entre os estados que permitem a pena de morte, não têm nenhum.
Os condenados podem permanecer no corredor da morte por anos ou até décadas. Seus casos frequentemente passam por revisões obrigatórias e as autoridades podem atrasar o agendamento das execuções.
– Como Utah executa os condenados à morte? Como a maioria dos estados, Utah usa a injeção letal como método principal e autoriza o uso do pelotão de fuzilamento se a injeção letal for considerada inconstitucional ou se o Estado não conseguir obter legalmente as substâncias necessárias.
Qualquer pessoa condenada antes de maio de 2004 poderia escolher entre os dois métodos. Ralph Menzies, que foi condenado por um assassinato em 1986, estava programado para morrer por pelotão de fuzilamento no início de setembro.
No entanto, a Suprema Corte de Utah bloqueou a execução de Menzies e enviou seu caso de volta a um tribunal inferior. Utah e Carolina do Sul são os únicos dois estados a usar pelotão de fuzilamento desde 1976.
– Como a opinião pública sobre execuções mudou? O apoio público dos EUA à pena é de 53%, e a maioria dos adultos com menos de 43 anos se opõe a ela, de acordo com uma pesquisa Gallup de 2024. Em algumas partes do país, os governos locais estão se movendo para restringir e limitar as execuções.
Apenas quatro estados realizaram cerca de três quartos das 25 execuções do ano passado —Alabama, Texas, Missouri e Oklahoma, de acordo com o Centro de Informações sobre Pena de Morte.
Um relatório estadual de 2017 mostrou que há maior apoio à pena de morte em Utah do que a média nacional, embora o endosso também estivesse diminuindo. O mesmo relatório observou que adultos de Utah com 44 anos ou menos eram menos favoráveis à sentença.
– Por que as sentenças de morte estão diminuindo em todo o país? No ano passado, os EUA impuseram 26 sentenças de morte, uma queda considerável em relação aos anos 1990, quando o total anual excedia 300, de acordo com o Centro de Informações sobre Pena de Morte.
Os promotores estão buscando a pena de morte com menos frequência e, quando o fazem, os júris estão mais relutantes em impô-la, de acordo com especialistas jurídicos.
A duração dos casos de pena de morte pode ser um fardo para as famílias das vítimas e jurados. As famílias das vítimas também podem preferir um acordo judicial por uma sentença de prisão perpétua, como alguns fizeram no caso do assassino de quatro estudantes da Universidade de Idaho em 2022.
O estudo de Utah de 2017 também mostrou que a busca pela pena de morte adiciona uma média de US$ 1,5 milhão (R$ 7,9 milhões) em custos para o estado, além do custo habitual de casos que buscam uma sentença de prisão perpétua. As informações são da agência de notícias Reuters.