Domingo, 23 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de abril de 2023
Integrantes de uma associação criminosa usaram contas falsas no WhatsApp com fotos de políticos para aplicar golpes. Entre os que tiveram imagens utilizadas pelos criminosos, estão ministros do governo federal e um senador, segundo a investigação de uma operação interestadual realizada, nesta quarta-feira (5), pelas polícias de Pernambuco e do Distrito Federal.
Em Pernambuco, a Operação Shark Attack, ou Ataque de Tubarão, cumpriu três mandados de busca e apreensão no Grande Recife, sendo um em Paulista e dois em Jaboatão dos Guararapes. Foram apreendidos equipamentos eletrônicos e documentos. Todo o material será analisado pela perícia.
De acordo com as polícias, os criminosos enganavam pessoas que conhecem os políticos e faziam pedidos de transferências de dinheiro por Pix. Em Brasília, a polícia divulgou nomes de autoridades que tiveram as fotos usadas pelos criminosos:
– Valdemar Costa Neto (PL), ex-deputado federal;
– Jaques Wagner (PT), senador;
– Carlos Lupi, ministro da Previdência e presidente do PDT;
– Carlos Fávaro (PSD), ministro da Agricultura e senador;
– Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento;
– Camilo Santana, ministro da Educação;
– Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Entenda o esquema criminoso
– De acordo com a polícia pernambucana, a associação criminosa estava radicada no estado e praticava estelionato eletrônico;
– As investigações apontaram que os criminosos usavam fotos de políticos do poder Executivo para estimular as vítimas a transferir dinheiro para contas bancárias;
– Esses recursos, depois, eram colocados em outras contas, de forma “pulverizada”;
– Essa prática de fazer lavagem do que foi arrecadado com os golpes é chamada de “smurfing” e tem como objetivo ocultar a origem ilícita do dinheiro;
– Os integrantes da organização atuavam desde 2020;
– O crime começou a ser investigado pela polícia do Distrito Federal porque os políticos prestaram queixa em Brasília.
Alerta
Em entrevista coletiva, o delegado Tell Marzall, da Polícia do Distrito Federal, afirmou que a associação criminosa investigada pode ser maior.
“Identificamos de seis a oito pessoas. As investigações podem nos levar a outros estados. Por enquanto, o foco foi Pernambuco”, disse o delegado.
Os envolvidos não foram presos na operação, mas podem pegar penas de até 22 anos de prisão. Eles serão indiciados por associação criminosa, falsa identidade, estelionato qualificado e lavagem de dinheiro.
O delegado de crimes cibernéticos de Pernambuco, Eronides Meneses, disse que políticos pernambucanos podem ter sofrido o golpe: “Podem ser deputados ou outros servidores do governo”.
Meneses afirmou que as pessoas devem desconfiar quando receberem a informação de que alguém trocou de conta no WhatsApp. “Nesse caso, não houve invasão nenhuma. É preciso ficar sempre atento com pedidos de dinheiro”, acrescentou. As informações são do portal de notícias G1.