Segunda-feira, 23 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 6 de fevereiro de 2021
Embora a agência reguladora da União Europeia tenha autorizado o uso do imunizante de Oxford/AstraZeneca para adultos de todas as idades, ao menos nove países europeus já vetaram o uso da vacina em idosos com mais de 65 anos: Alemanha, Áustria, França, Suécia, Holanda, Dinamarca, Bélgica, Polônia e Espanha, que aderiu à medida na sexta-feira (5).
Apesar de não ter vetado a aplicação do imunizante em idosos, a Itália o recomendou apenas a menores de 55 anos. No Brasil, contudo, o imunizante segue sendo ministrado em maiores de 65 anos.
Como começaram as dúvidas sobre o uso da vacina? O primeiro país a levantar dúvidas sobre o efeito do imunizante em idosos foi a Alemanha, que na semana passada restringiu seu uso a adultos maiores de 65 anos.
Na avaliação da agência reguladora alemã, faltam dados sobre o efeito da vacina em idosos. Para o país, a proporção de maiores de 65 anos entre os participantes dos estudos clínicos da vacina (10%) é insuficiente.
Desde então, Áustria, França, Suécia, Holanda, Dinamarca, Bélgica e Espanha passaram a não recomendar a distribuição do imunizante a pessoas com mais de 65 anos. Já a Polônia comunicou que só usará a vacina em pessoas até 60 anos.
Para médicos brasileiros ouvidos pela imprensa, no entanto, a vacina de Oxford/AstraZeneca deve ser aplicada em idosos no país. Conforme o Plano Nacional de Imunização (PNI), a prioridade na fila de vacinação inclui profissionais de saúde que estão atuando no combate à pandemia e idosos com 75 anos ou mais.
“Se pensarmos, por exemplo, que a vacina da Pfizer só teve 4% dos voluntários de teste com mais de 75 anos, não há dados suficientes sobre esse subgrupo. Mas a Alemanha está liberando a vacina para essa faixa etária mesmo assim”, diz Mauro Schechter, infectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ressalva
Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), foi enfático ao ressaltar que, no Brasil, o momento não é de recusar imunizantes.
“Aqui o cenário é diferente do da Europa, que pode ter a opção de aplicar em idosos uma vacina que tenha tido performance melhor, ou que tenha tido um número maior de voluntários testados nessa faixa etária. Nós não temos essa opção”, afirma.
Matt Hancock, ministro da saúde do Reino Unido, defendeu na última quarta-feira (3) a segurança do uso da vacina da Astrazeneca/Oxford, reiterando a comprovação científica de que o imunizante é eficaz, inclusive para idosos.
Segundo o Ministério da Saúde, apenas cinco a cada 10 mil brasileiros vacinados apresentam algum tipo de reação adversa às vacinas da Astrazeneca e Coronavac, e os sintomas são considerados leves. A CoronaVac corresponde, porém, a cerca de 90% das imunizações que aconteceram até agora. As informações são do jornal O Globo.