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Colunistas Entre a Lei e a Justiça: o lugar do advogado

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(Foto: Freepik)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Vivemos tempos em que interpretações extremas tentam capturar o Direito. De um lado, o hiperlegalismo que transforma a letra da lei em escudo contra qualquer senso de equidade. De outro, um voluntarismo que flerta com a desordem, desprezando os limites do ordenamento jurídico em nome de uma suposta justiça imediata. No meio desse embate, está o advogado.

Nem juiz do mérito, nem mero operador da engrenagem jurídica. Sua missão é mais profunda: ser um mediador entre o que está escrito e o que é justo. Um agente que atua dentro das regras, mas que as interpreta à luz de princípios, contextos e pessoas. Seu papel é assegurar que o processo — e não apenas o resultado — esteja a serviço da dignidade humana.

A Constituição Federal não por acaso conferiu à advocacia a condição de função essencial à Justiça. A essência disso está no compromisso com a liberdade, com o contraditório, com a busca do melhor direito para cada caso concreto. Ao advogado não se exige perfeição, mas retidão.

Não se exige unanimidade, mas coerência. E, sobretudo, coragem para agir mesmo quando a maré aponta na direção oposta.

O Brasil atravessa ciclos de tensão institucional, além de recorrentes desafios no exercício das funções públicas. Nesse cenário, o fortalecimento da advocacia não é um luxo — é um imperativo democrático. Advogados fortes e independentes significam cidadãos mais protegidos e instituições mais equilibradas. Não há Justiça sem diálogo, nem Direito sem humanidade.

A advocacia não pode se limitar a tecnicismos, nem se acomodar diante da complexidade atual. O desafio é conciliar rigor com empatia, firmeza com diálogo, letra com espírito.

Em tempos de vozes exaltadas e decisões apressadas, o advogado permanece como guardião dos ritos, da escuta e da ponderação. Sua força não está no grito, mas na firmeza argumentativa. Sua autoridade nasce da coerência.

É essa presença serena, mas ativa, que pode sustentar a confiança da sociedade no sistema de Justiça. Em tempos de decisões difíceis, o advogado sustenta a confiança social com argumentos serenos, presença ética e compromisso constante com a civilidade.

Leopoldo Lara é advogado em Porto Alegre

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/entre-a-lei-e-a-justica-o-lugar-do-advogado/ Entre a Lei e a Justiça: o lugar do advogado 2025-10-06
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