Terça-feira, 09 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2025
Entidades ligadas à segurança pública e à religião são as mais bem avaliadas.
Foto: ReproduçãoEntre os Três Poderes, o Congresso Nacional é a instituição que mais perdeu a confiança dos brasileiros ao longo dos dois últimos anos, mostram dados da pesquisa Genial/Quaest divulgados nesta segunda-feira (8). O índice de segurança no trabalho desenvolvido pelos parlamentares, que era de 54% ao final de 2022, chega hoje a 45%, sendo superado pela desconfiança de 52% dos entrevistados. Entidades ligadas à segurança pública e à religião são as mais bem avaliadas.
O abalo na imagem do Legislativo também superou reduções nos percentuais de confiabilidade do Executivo e do Judiciário no mesmo período. A confiança na Presidência da República caiu oito pontos percentuais, de 62% para 54%, enquanto o índice do Supremo Tribunal Federal (STF) diminuiu de 56% para 50%.
A atuação dos parlamentares também vem sendo mal avaliada ao longo das últimas rodadas das pesquisas de opinião. Em um levantamento feito pela Quaest em julho, 51% dos eleitores reprovaram a atuação dos deputados e senadores.
Ao serem perguntados sobre temas discutidos pelo Legislativo, 72% dos entrevistados também disseram desconhecer os repasses feitos por emendas, principal ferramenta usada para direcionamento. Já a anistia, tema que tem movimentado o Congresso, sobretudo nos últimos dias, e provocado disputas entre a oposição e os governistas, é rejeitada por 55% da população, mostram resultados da pesquisa Datafolha divulgada no mês passado.
Em paralelo, o levantamento da Quaest divulgado revela que as instituições mais confiáveis são as relacionadas à “força e à fé”, como pontua o cientista político e diretor do instituto Felipe Nunes. Entre elas, aparece no topo do ranking a Igreja Católica, com o maior índice de confiabilidade (73%), seguida da Polícia Militar (71%), das Forças Armadas (70%) e das igrejas evangélicas (65%).
Entre os eleitores de Bolsonaro no segundo turno de 2022, tanto o STF como a Presidência ocupam o último lugar, com apenas 22% de confiança. Para esse eleitor, a PM é a instituição mais confiável, com 80%, seguida das igrejas evangélicas, com 74%.
“As instituições de fé e força seguem mais bem avaliadas que as democráticas. Vivemos uma crise marcada por um gap de expectativas: espera-se que o Estado entregue serviços, representatividade e estabilidade, mas há um déficit de resultados. Em meio à incerteza, as pessoas tendem a confiar mais em instituições que prometem ordem, propósito e estrutura”, diz Nunes.
A pesquisa sobre a confiança nas instituições ouviu 12.150 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 13 e 17 de agosto, e considerou a margem de erro de 1 a 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiabilidade é de 95%.