Segunda-feira, 07 de outubro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de setembro de 2024
O PSG se envolveu em um grande escândalo na França. Segundo o jornal “L’Équipe”, o clube está sendo investigado por uma possível troca de favores com o ex-vice-presidente da Assembleia Nacional Hugues Renson.
O político francês é formalmente acusado de tráfico de influência por solicitação de benefícios à sua vida pessoal e aos seus filhos, como passagens e ingressos, além de empregos remunerados dentro do Paris Saint-Germain, já que é torcedor fanático do time. Em troca, Renson interviria em diversas ações, como obtenção de visto na China e até mesmo benefícios fiscais após a contratação de Neymar, em 2017.
Na ocasião, Hugues teria sido figura-chave para a obtenção dos benefícios, que se configuram como uma amortização de taxas tributárias pagas por uma pessoa ou empresa. Preocupado com a transação, que traria visibilidade ao país e a seu time, o mandatário entrou em contato com Gerald Darmanin, então ministro de Contas Públicas, e teve o seguinte diálogo, descoberto pelos investigadores e reportado pelo diário francês:
“Gerald, tomo a liberdade de incomodá-lo com um de seus assuntos. Estou com Nasser (Al-Khelaifi, presidente e dono do PSG), que está muito preocupado com a operação de Neymar. Eu sei que você está em contato. Você teria alguma maneira de tranquilizá-los? Seria uma pena se a contratação não acontecesse. Estou à sua disposição”, teria dito o vice-presidente da Assembleia.
Renson negou todas as acusações e disse que nunca prestou serviço a ninguém em troca de benefícios para si próprio, família ou amigos.
“Nunca disse isso. Talvez, como autoridade eleita, eu tenha ajudado a identificar formas de conhecer pessoas ou resolver dificuldades. Mas foi como autoridade eleita. Intervir é transmitir, relacionar, chamar a atenção. Intervir não é interferir, se intrometer ou fazer coisas no lugar de alguém”, declarou.
Anteriormente, o PSG já tinha sido colocado em maus lençóis na França e no mundo por ações extracampo. Em setembro de 2022, Al-Khelaifi havia sido acusado no Qatar por chantagem, extorsão e abuso; logo depois, três pessoas foram investigadas por lavagem de dinheiro a favor do time da capital.
A investigação contra Hugues Renson está ainda em seus primeiros passos. Caso as acusações procedam, o mandatário e os representantes do clube podem ser encaminhados à Justiça local para esclarecer os fatos.