Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 8 de dezembro de 2021
A falta de indícios de casos graves de covid-19 e mortes associadas à variante ômicron podem torná-la um “presente de Natal antecipado”, afirmou o epidemiologista Karl Lauterbach, futuro ministro da Saúde da Alemanha.
O especialista alemão acredita que as 32 mutações identificadas na proteína spike — usada pelo vírus para entrar nas células humanas e base para o desenvolvimento de vacinas — podem significar que a nova cepa é otimizada para infectar pessoas, em vez de matar. Isso poderia acelerar o fim da pandemia.
Ele acrescentou que esse movimento está de acordo com a evolução da maioria dos vírus respiratórios e que é positivo que o coronavírus tenha chegado a esse ponto. Desde que foi identificada pela primeira vez na África do Sul, em novembro deste ano, não há relatos de que a ômicron tenha provocado a forma grave da covid-19 nem morte nos pacientes que foram diagnosticados com ela.
Quem foi infectado pela nova variante, até o momento, apresentou sintomas leves, sem necessidade de internação hospitalar. Anthony Fauci, principal conselheiro do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, classificou os primeiros sinais de que a variante não tem apresentado agravamento de quadros como “um tanto encorajadores”.
As 50 mutações encontradas na ômicron, das quais a maioria é na proteína spike, assustaram a Organização Mundial da Saúde (OMS), que a classificou como uma variante de preocupação, o nível mais alto de alerta. Diversos países mundo afora restringiram voos vindos do sul do continente africano.
Ainda não há estudos suficientes que comprovem se a ômicron é capaz ou não de resistir aos anticorpos produzidos pelas vacinas. No entanto, há relatos de pacientes vacinados que tenham contraído a covid-19 causada pela nova variante, o que indica um escape imunológico.
De acordo com a OMS, tudo indica que a ômicron seja mais transmissível do que as outras variantes, incluindo a delta, mas isso ainda não está comprovado. Evidências preliminares sugerem que pode haver um risco aumentado de reinfecção com a ômicron (ou seja, pessoas que já tiveram covid-19 podem ser reinfectadas mais facilmente com a nova cepa), em comparação com outras variantes preocupantes. Porém, as informações ainda são limitadas.